- Bom dia classe. - Desejou o professor no qual não era Christopher, e sim Arturo, o mesmo que estava conosco no primeiro dia. De repente um zilhão de pensamentos vieram em minha cabeça. Todos de mal a piores. Já haviam passado três semanas. Christopher e eu sempre dávamos um jeitos de nos encontrar à noite, já que nos fins de semana ele ía para Los Angeles ficar com a mãe. Embora eu sentisse falta dele e quisesse passar os fins de semana ao lado dele, eu o entendia bem. Se eu soubesse que minha mãe iria morrer, não sairia do lado dela até o último momento.
Encarei Ivalú que me respondeu com um olhar duvidoso. - Humm... Antes que eu dê início à aula, quero lhes dizer que por motivos pessoais o professor Uckermann não pôde comparecer à aula de hoje. Mas ele enviou o resultado dos testes da aula de sexta-feira. - Ele puxou uma pasta transparente de dentro de sua mochila sob a mesa e dela retirou uma pilha de folhas brancas. - Vou chamar por nome e vocês venham cada um buscar. - Ele começou a chamar aluno por aluno, e quando eu já estava desistindo do meu ele chamou meu nome. Fui até o professor. - Ele mandou entregar isso pra você. - Havia um envelope junto com meu teste. Assenti e o peguei sem falar nada. Será que ele sabia tudo? E se ele estivesse sido demitido por que alguém descobriu algo sobre nós? O terror tomou conta de mim enquanto voltava para o local fingindo analisar a prova. Uma nota razoável até. Ouvi o professor Arturo começar a falar novamente, mas não consegui prestar atenção. Tudo que eu queria era ver o que tinha dentro do envelope. Abri o pequeno envelope e puxei um papel que estava dobrado pela metade. Por um momento pensei que poderia ser uma resposta ao meu bilhete mas não era.
"Depois da aula, no mesmo local de sábado. Chris"
Senti meu estômago revirar, e dei mais uma encarada em Ivalú que ainda parecia estar em dúvida. Sussurrei um "depois" pra ela e tentei voltar a prestar atenção na aula. Durante o almoço mostrei a ela o bilhete.
- No parque? - Perguntou ela e eu assenti, embora com dúvida. - Será o que houve? Será que descobriram?- Descobriram o quê? - Pedro perguntou se sentando. Ele estava no banheiro enquanto esperávamos o almoço. Encarei Ivalú para ela inventar uma desculpa. - Ah, qual é? Vocês estão de segredinho há dias, pensei que fosse amigo de vocês também.
- Eu... eu não sei se devo Pedro.
- Ah, para, não confia em mim?
- Confio é só que, está acontecendo uma coisa.
- É o tio Fernando?
- Não. Ele não tem nada a ver com isso. - Suspirei e tomei um gole da água que eu havia pedido. - Eu estou saindo com uma pessoa, mas por enquanto não posso dizer quem.
- Você não estava saindo com o Eddy?
- Isso já foi. A Zoraida gosta dele, prefiro não arrumar uma inimiga onde eu deveria conseguir amigos.
- Vai lá Dulcinha, me diz quem é o louco que está pegando você. - Ele apertou minha bochecha e eu dei um tapa na mão dele.
- Não me chama de Dulcinha.
- Ta bravinha? - Ele puxou o bilhete das mãos de Ivalú e leu. - Mesmo local de sábado? Hmmm... Onde você foi sábado hein?
- Me devolve isso, ou eu mato você. - Ele deu de ombros analisando o papel. - Essa letra. Eu já vi em algum lugar.
- Pedro, deixa de ser chato. Devolve.
- Ah não. Não até eu descobrir onde já vi essa letra. - Ele dobrou rapidamente o papel e o guardou dentro da calça. Arregalei meus olhos. Eu jamais poderia pegar algo ali.
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[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)
Fanfiction"Se você me amar e eu te amar, não precisamos da aprovação de ninguém para ficar juntos, como também não precisamos assinar nenhum papel ou aceitar qualquer espécie de jogo. Não acredito que maus fluidos, por mais fortes que sejam, consigam destruir...