Capítulo 41

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Acordei deitada na cama de Christopher e sozinha. A única luz que entrava no quarto vinha da lua, mesmo assim pude ver minha roupa perfeitamente dobrada em cima do criado mudo, e minha bolsa por cima dela. Christopher às vezes me deixava com vergonha por ser sempre tão bem organizado. Eu poderia apostar que minha sapatilha estaria alinhada ao pé da cama, pronta para ser usada.

Levantei-me arrumando meu cabelo em um rabo de cavalo e fui até a porta do quarto, onde pude ouvir vozes além da de Christopher. Olhei para baixo e vi que ainda estava apenas de blusa e calcinha. Voltei, vesti meu short, tirei a blusa dele até o pescoço e coloquei meu sutiã, depois tornei a vesti-la. Fui até o banheiro, lavei meu rosto e escovei meus dentes agradecendo por já ter uma escova de dente minha ali. Criei coragem e saí do quarto.

A primeira pessoa que vi quando cheguei na porta que ligava a sala ao corredor, foi o professor Arturo. Senti minhas bochechas corarem de tal forma que, se Christopher não tivesse aparecido quando Arturo me olhou, eu teria voltado correndo para o quarto.

- Finalmente acordou. – Christopher veio até mim e me abraçou.

- Não me disse que teria visitas. – Escondi meu rosto evitando olhar o professor. Apesar de ele já saber, ainda me incomodava o fato de ele me ver ali, e o pior, de imaginar que eu e Christopher estivemos fazendo sexo sei lá quanto tempo antes.

- Nem eu sabia amor. – Christopher beijou minha bochecha. – Vem, eles pediram pizza, já deve estar chegando. – Ele me puxou para dentro da sala e tive uma visão melhor. – Gente esta é a Dulce, minha namorada. – Christopher apresentou e eu sorri tímida. – Essa é a Cláudia, namorada do Arturo Dulce. – A garota de cabelos castanhos médios, lisos e longos, olhos azuis um pouco acinzentados me ofereceu um sorriso.

- Olá.

- Olá. – Cumprimentei de volta ainda sentindo vontade de voltar para o quarto.

- Esse é o Juan, e aquela lá é a Marina. – Apontou uma outra garota, vindo da cozinha trazendo um fardo de cerveja em lata. – Ambos me ofereceram sorrisos amigáveis e eu os retribuí. Christopher me guiou até a poltrona vazia e me sentei ali. Ele se sentou no braço da poltrona, passando seu braço por trás do meu pescoço.

Foi bem estranho participar de uma noite entre amigos, quando os amigos não eram os meus amigos. Tentei ficar o máximo possível na minha, rindo de alguma ou outra coisa, e respondendo perguntas direcionadas a mim com o mínimo de palavras possíveis. Era como se o inglês tivesse desaparecido de minha cabeça e ficado apenas palavras seletivas.

Eram pessoas agradáveis até, mas eu tirei o resto da tarde e a noite para ficar sozinha com Christopher, mas não podia manda-los embora. Tudo que eu podia era desejar que o tempo passasse rápido e nós dois tornássemos a ficar a sós. Pelo menos a pizza valeu a pena.

Quando eles foram embora, depois de praticamente me forçarem a aprender a jogar Pôquer, eu só faltei soltar fogos de artifício. Ajudei Christopher a organizar a bagunça que havia ficado ali. Latas de cerveja, copos, garrafas de refrigerante, duas caixas de pizza e até caixas de bombons que um dos amigos dele tinha levado. Uma caixa era de bombom com recheio de licor e cereja, que eu adorei. As outras eram meio amargo e ao leite ou trufados. Na verdade, comi de todos e adorei cada um deles.

- Está calada. – Christopher falou enquanto amassava algumas latinhas no chão para colocar na reciclagem. – Tudo bem? Você acordou bem?

- Hurrum. – Terminei de colocar o último copo no escorredor para secar.

- Não está não, está com cara de...

- A mesma que nasceu comigo Christopher. – Dei de ombros e peguei a vassoura para varrer a sujeira que ficara no chão da sala. Passei por Christopher e me dirigi até lá, mas ele veio atrás de mim.

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora