Gritarias e mais gritarias é tudo que eu escutava. Enquanto vejo Christopher animado ao meu lado enquanto ele tenta me explicar tudo eu fico me lembrando da cara que ele fez quando cheguei com dois ingressos para o jogo de futebol americano.
Por mais que ele me explique passo a passo o que estão fazendo lá em baixo eu não entendo nada, mas finjo entender para não desanimá-lo.
No final do jogo sei que o time prefeiro dele vence porque a torcida ao nosso lado não para de gritar, me deixando surda. Um cara soprou uma maldita vuvuzela em meu ouvido me deixando alguns minutos atordoada. Pode imaginar a cena: Eu sem ouvir nada segurando Christopher para não bater no cara que saiu rindo como se nada tivesse acontecido. Demorou alguns minutos para voltar a ouvir alguma coisa mesmo assim horas depois ainda conseguia ouvir zumbidos no ouvido.
- Você deveria ter me deixado bater nele Dulce, isso não se faz.
- Tá Christopher, já passou. - Esfrego mais uma vez o ouvido tentando me livrar dos zumbidos dentro dele, sem êxito. - Paz e amor, paz e amor. - O abracei por trás enquanto andávamos em direção ao carro dele do outro lado do estacionamento.
- Onde vamos agora?
- Onde quer ir agora? - Perguntei mordendo de leve as costas dele por cima da blusa.
- Acho que tenho uma ideia, mas é segredo. - Ele olhou as horas. - Acho que ainda dá tempo de entrarmos. Sobe nas minhas costas.
- O quê?
- Nunca montou nas costas de ninguém? - Revirei os olhos. Christopher se abaixou um pouco e eu montei nas costas dele, depois ele saiu correndo como se tivesse galopando em direção ao carro e gritando mais uma vez o hino do time campeão.
Depois de ficar alguns minutos tentando sair do estacionamento devido ao número enorme de carros tentando fazer o mesmo, Christopher me levou para um stellarium. Comprou pipoca e refrigerante para nós dois e entramos.
Era a coisa mais linda do mundo. As estrelas, a lua tudo tão nítido.
- Você vem muito aqui? - Perguntei e depois levei algumas pipocas à boca.
- Não muito, mas gosto daqui.
- É lindo Chris. - Ele segurou minha mão. - Eu adorei.
- Fico feliz por ter gostado. - Deitei minha cabeça em seu ombro tomando um pouco de refrigerante.
– Acredita que o homem chegou na lua?
– Não sei, e você?
– Sei lá, às vezes eu duvido. Quem garante que tudo ali não é computação gráfica?
- Penso o mesmo. Ver para crer, não é? - Assenti.
- Será que... - Pensei um pouco e me calei.
- Será o quê?
- Não, deixa. É bobagem. - Enchi minha boca com tanta pipoca que algumas escaparam para o chão.
- E daí? - Ele apertou meu nariz e eu fechei a boca com dificuldade tentando mastigar. - Eu gosto de ouvir você, fala. - Comecei a falar e a cuspir pipoca e Christopher teve uma crise de riso me deixando com vergonha. - Menina, o mundo não vai acabar agora, coma aos poucos. - Tapei o rosto envergonhada.
- É só que, me passou pela cabeça que nossas mães possam ter se encontrado lá em cima. - Falei depois de conseguir engolir toda a pipoca.
- Você acha?
- O que você acha?
- Eu acho que agora minha mãe está dizendo pra sua que eu sou um ótimo filho, lindo gostoso, cheiroso e que deixa você nos céus.
- E modesto também né? - O encarei e começamos a rir. - Aliás, essa pipoca é muito boa. - Olhei meu saquinho e vi que ele estava bem mais vazio que o de Christopher.
- A pipoca desse lugar é famosa, não há lugar algum de São Francisco que faça melhor. - Ele tirou uma pipoca de seu saquinho e me deu na boca.
- A sua é doce. - Arregalei os olhos. - Ah, eu quero.
- Gosta de pipoca doce? - Assenti com os olhos brilhando. - Mas é minha. - Ele afastou o saquinho.
- Ah não, troca comigo vai. - Estendi meu saquinho a ele.
- Não. - Ele levantou o saco. - É meu, e você jpa comeu o seu quase todo, isso seria injusto.
- Chato. - Cruzei os braços com raiva e a pipoca caiu toda no chão, então ele riu com vontade. Fiquei sem a doce e sem a salgada.
- Bem feito. - Dei de ombros tomando meu refrigerante. - Toma uma. - Ele trouxe outra até minha boca e eu virei o rosto. - Ah, vai ficar de birra? - Ele colocou a pipoca prensando-a entre os próprios lábios. - E aqui, você quer? - O olhei. Proposta tentadora, mas não. - Uma pena, eu ia te dar mais. - Ele comeu a pipoca. - Está uma delícia. Humm. Acho que quando acabar vou comprar mais. - Fingi não ouvi-lo. - O que você acha pipoca? - Ele tirou uma e ficou segurando-a em sua frente. - Gostei dessa, ela é bonitinha. Vou chamá-la de fofinha. O quê? - Ele colocou a pipoca próxima ao ouvido. - Ah, entendi. Mas aí é território meu Fofinha. - O olhei de relance, curiosa. - Ok, lá vai. - Um, dois, três e... - quando assustei Christopher tinha jogado a tal fofinha dentro do meu decote.
- Christopher. - Me levantei no susto derrubando o refrigerante na roupa dele. - Filho da mãe. - Ele ria mesmo estando todo ensopado de refrigerante.
- Volta aqui. - Ele me puxou quando comecei a sair me fazendo cair sentada em seu colo e molhando a parte de tras do meu short. - Não fica brava, é só uma brincadeira.
- Idiota.- Com licença. - uma moça chegou com uma lanterna em nossa cara. - Será que dá pra continuar com essa bagunça lá fora? Ou se comportam ou terei que pedir que vocês saiam.
- Tudo bem, já vamos sair. - Christopher se levantou e eu consequentemente levantei também.
Christopher e eu saímos do stellarium. Eu séria e Christopher rindo feito uma criança abobada.
- Você é maluco Christopher. - Ele me encostou contra o carro assim que o alcançamos.
- Me dá minha fofinha.
- Tira. - Dei de ombros.
- Olha que eu tiro hein. - Revirei os olhos. Christopher colocou seu copo de refrigerante e seu saco de pipoca em cima do carro estralou os dedos e enficou a mão sentro da minha blusa.
- Vão prender a gente por atentado ao pudor, sabia? - Ele deu de ombros.
- Achei. - Ele tirou a pipoca se sentindo vitorioso. - Como foi Fofinha? Ainda é bonito lá dentro?- Safado. - Bati na mão dele fazendo a pipoca voar longe. - Isso não é território seu ok? É meu, apenas meu.
- É meu. - Ele puxou meu corpo e me beijou. - Eu posso provar que é apenas meu.
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[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)
Fanfiction"Se você me amar e eu te amar, não precisamos da aprovação de ninguém para ficar juntos, como também não precisamos assinar nenhum papel ou aceitar qualquer espécie de jogo. Não acredito que maus fluidos, por mais fortes que sejam, consigam destruir...