Capítulo 84

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Durante o almoço, Christopher e eu comunicamos ao meu pai sobre o casamento. Bom, isso depois de ele ligar para os contatos dele e conseguir marcar o casamento. Seria ali mesmo no jardim da casa e seria algo bem íntimo. Eu não tinha muitas pessoas para convidar, e Christopher também não tinha muitos amigos.

No meio da tarde, Christopher, meu pai – que insistiu querer ter uma conversa séria com Rodrigo – e eu fomos na SE.

Segurando a pasta em uma mão, e a mão de Christopher com a outra, entramos no estabelecimento. Algumas poucas pessoas nos olharam torto e eu estremeci.

— Está tudo bem Dulce?

— Sim. Eu estou bem. — Disse e continuei repetindo para eu mesma. Tudo acabaria logo.

Eu usava uma blusa de moletom bem larga então a pequena barriga fora disfarçada. Não que eu me envergonhasse disso, mas queria livrar os meus bebês de mal olhado.

— Dulce?

A voz atrás de mim era bem conhecida. Parei meus passos e me virei soltanto a mão de Christopher e topando com Yuri.

— Ann, oi.

— É você mesma? Caramba, eu pensei que você nunca mais voltaria aqui.

— Pois é. Eu também.

— Você veio pra ficar né?

— Não. Só vim resolver um problema.

— Ah. — Ele olhou Christopher. — Eu vi o que fizeram, sinto muito pelo que houve, de verdade.

— Obrigada.

— E como você está? Está tudo bem depois de tudo o que houve?

— É. Agora está tudo bem sim.

—Dulce, vamos? — Christopher voltou a segurar minha mão.

— Vamos sim. Eu preciso ir Yuri. A gente se vê.

— Ei, seja lá o que for resolver, boa sorte.

— Obrigada.

Ofereci um sorriso terno e então continuamos nosso caminho.

Quando chegamos na secretaria não foi nada diferente. Os próprios funcionários me fuzilavam e para me tranquilizar, Christopher passou o braço pela minha cintura me deixando mais próxima a ele. Meu pai estava logo atrás.

— Christopher?

Arturo chamou da porta de sua sala e nós três nos viramos na direção dele.

— Ah, você também veio.

— Sim. Precisava vir entregar isso. — Soltei-me de Christopher e entreguei a pasta a ele.

— Vamos entrar e a gente conversa.

— Não tenho a intenção. Quero voltar logo para a casa.

— Se assim deseja. Você já está melhor? Fiquei sabendo que estava no hospital.

— Sim. Já estou melhor.

— E os bebês? Estão bem né? Eu não os prejudiquei, não é mesmo?

— Não. — Olhei para Christopher e então tive a certeza que ele nunca mais voltou a falar com Arturo. — Por que não passa lá em casa depois do trabalho? Eu realmente não posso ficar, por questões médicas.

— Eu não sei onde vocês estão morando e não sei se o Christopher permite isso.

— Tem uma caneta e um papel?

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora