Capítulo 87

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Ele não voltou para a casa, pelo menos não antes de me levarem para o hospital no meio da madrugada ardendo em febre. Tudo que eu fazia era chorar.

— Você precisa dormir filha. — Disse meu pai enquanto olhava uma enfermeira aplicar algo em meu soro.

Eu pensava que isso poderia passar, mas ouvi Ivalú dizer ao meu pai que ele havia deixado a aliança em cima da pia do banheiro. Isso doeu tanto. Era o fim para nós dois.

— Eu não quero ficar aqui. Eu quero ir embora.

— Filha, olha só o seu estado meu amor. Você está péssima.

— Eu não ligo. Só não quero ficar aqui.

— Amiga, seu pai tem razão ok? Você precisa comer, precisa dormir e não está conseguindo fazer nenhum dos dois. E você está com muita febre, isso não é nada bom.

— É sempre assim?

— O quê?

— Ela sempre fica assim quando eles brigam?

— Eu que o diga. E não adianta, nenhum remédio ou chá que ela toma resolve o problema. Geralmente só o Christopher consegue fazê-la ficar bem.

— Então vamos ligar pra ele.

— Vocês não vão ligar para ele. — Grunhi. — Se fizerem isso eu fujo.

— Você mal está parando em pé Dulce, pare de chantagem barata. — Ivalú revirou os olhos e pegou o celular.

Dei de ombros e me virei para o canto. Eu estava tão cansada, mas não conseguia dormir. Sem contar o frio que eu estava e não me deixavam cobrir.

Depois de tantos calmantes eu acabei pegando no sono. Um sono tão profundo que eu dormi por um dia inteiro sem acordar um instante sequer e quando voltei a acordar, ele estava bem na minha frente, sentado em uma cadeira observando a aliança que agora estava presa entre seus dois dedos. Quando me viu de olhos abertos ele a guardou no bolso.

— Você quer a minha também? — Ameacei tirá-la mas Christopher segurou minha mão.

— Me desculpa. Eu fui um idiota em fazer isso.

— Não acho que acredite tanto nisso. — Soltei minha mão da dele. — Você guardou a sua ao invés de coloca-la no dedo.

— Eu sei. — Ele voltou a tirá-la. — Só voltarei a coloca-la quando tiver a certeza do que quer.

— Então não vai colocar nunca mais. Você me conhece. — Me sentei.

— Você precisa se decidir. Preciso saber se adio nosso casamento ou se simplesmente o cancelo de vez.

— Christop...

— Eu estou te dando a liberdade de escolha. Você quer voltar para sua casa? Tudo bem. Eu vou te dar todo o apoio financeiro que precisar com relação aos bebês até eles nascerem.

— Você os tomaria de mim? — Minha voz falhou. Se Christopher entrasse na justiça, ele ganharia a causa sem esforço algum.

— Não. Pelo contrário Dulce, você os entregaria a mim. Você não quer esses bebês como eu quero.

— Eu não entregaria não! Eu posso ter dito muita besteira Christopher, mas não sou esse monstro que você acredita.

— Mas os levaria para longe de mim.

— Eu não disse isso. — Alterei a voz. — Pare de por palavras na minha boca.

— Precisava dizer?

[REVISÃO] Intercâmbio (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora