Cap.3: Liberdade

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Atendendo a pedidos vou postar mais um.
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Deus! — pensei em tormento. — Eu te amo! Como te amo! No entanto, tudo o que falei, no tom mais calmo que consegui, foi:

— Boa noite, Dulce. — Durma bem. — ela murmurou antes de se virar, dando-me as costas.

Fiquei observando-a na penumbra. Podia perceber o contorno de seus ombros por baixo do lençol, parecia tão pequena e frágil! O cabelo comprido, liso e cachrado se esparramava pelo travesseiro em lindas ondas. Como queria nadar naquele mar escuro, mergulhar naquelas águas perfumadas, perder-me em suas profundezas.

— Amanhã. — sussurrei antes de fechar os olhos e finalmente adormecer.

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Acordamos cedo e nos aprontamos com rapidez. Dulce estava quase aos pulos, tamanha era a sua alegria.

— Vai com calma, Dulce! — avisou Dr. Sanders ao se despedir. — Sei que está feliz, e você pode e deve sentir-se assim, mas procure viver as experiências dos próximos dias com tranquilidade. Ao tentar lembrar ou descobrir algo, você pode ficar ansiosa ou agitada. Caso isso aconteça, respire fundo e procure manter a serenidade. Aos poucos, tudo vai se ajustar. — recomendou de forma amigável.

— Pode deixar! — concordou sorridente. — Obrigada por tudo, Dr. Sanders, nem sei lhe dizer o quanto sou grata. — e o abraçou de forma carinhosa.

— Ora! foi um prazer cuidar de você. — respondeu um pouco constrangido, dando-lhe desajeitados tapinhas nas costas.

Peguei sua bolsa, que estava em cima da cama, e perguntei:

— Pronta?

— Só se for agora! — exclamou, caminhando para a porta.

Não tive como não sorrir. Dulce tinha uma natureza extremamente afetuosa, o que se confirmava despedindo-se carinhosamente dos funcionários do hospital. Sua amnésia não tinha apagado esse traço de sua personalidade, simplesmente cativante. Conhecê-la era amá-la. Do lado de fora, Dulce parou sob a luz do sol, fechou os olhos, abriu os braços e sorriu largamente.

— Estão sentindo esse cheiro? — perguntou aspirando profundamente.

— Cheiro de quê? — indagou Maite ao seu lado.

— De liberdade! — abriu os braços girando e rindo como criança.

Em seguida, quase correu até o carro. Apressei-me para alcançá-la.

— Menos, mocinha! — recomendei segurando-a pelos ombros.

— Ah, Chris! Se soubesse como me sinto agora! — explicou entrando no carro. — Se eu pudesse, voaria!

Maite e eu nos sentamos e nos viramos para olhá-la no banco de trás. Sorrimos com a sua animação contagiante. Fomos para casa com o rádio ligado — e Dulce cantou alegre durante todo percurso. Ela foi recebida com uma linda festa surpresa.

— Seja bem-vinda! — todos gritaram saindo de seus esconderijos.

Uma enorme faixa de boas vindas estava pregada ao alto da parede da sala. Uma mesa lindamente decorada, cheia de coisas deliciosas esperava por nós. A casa estava decorada com camélias, as flores favoritas de Dulce. O ambiente irradiava felicidade. Vi seus olhos arregalarem surpresos e encherem de lágrimas. Estava visivelmente emocionada.

Papai se aproximou abraçando-a e o dois choraram, deixando-nos ainda mais tocados. Todos se aproximaram para abraçá-la. O Alfonso, que estava com a filmadora, abraçou-a desajeitado, procurando filmar enquanto a cumprimentava.

— Ok. Chega de choro! — pediu abraçada à mamãe. — Hoje é um dia de alegria!

— Apoiada! — endossou Anahí, enxugando as lágrimas. — Venha ver o bolo que mandamos fazer pra você!

— Que lindo! — exclamou ao ver o bolo colorido, decorado com pequenas sapatilhas de balé.

Éramos um grupo pequeno: nossos pais, nossos amigos — que não paravam de paparicá-la — Anahí e Alfonso.

Procuramos manter a ocasião mais íntima, pois sabíamos que o nível das emoções seria alto. Tudo transcorreu como esperado e foi maravilhoso ver o quanto Dulce estava feliz.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora