Cap.114: Desconfiança.

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Não parava de me questionar. Coloquei levemente as mãos sobre os seios, estavam doloridos e um pouco maiores.

Lembrei da discussão com Christopher, de como tinha ficado sensível ao extremo e, mais tarde, do súbito impulso sexual que me tomou por completo.

- O que foi, Dulce? - perguntou Marichelo bondosamente, enquanto segurava minha mão. - Diga o que está pensando, talvez eu possa ajudar, tenho experiência com essas coisas.

- Eu estou me lembrando de outros detalhes. - respondi insegura. - Além dos seios, ando com as emoções meio descontroladas. Num momento estou com raiva, no outro chorando e depois estou... - olhei para a mãe da Anahí um pouco envergonhada.

- O quê? - perguntou simpática. - Pode falar, não vou julgá-la ou criticá-la, desabafe.

- Bem, eu... - respirei fundo. - Tenho sentido maior libido.

- Alterações de humor e diminuição ou aumento de libido são sintomas muito comuns na gravidez. - esclareceu bem humorada. - Meu marido ficava tonto comigo, pois num mesmo dia eu brigava, chorava, ria e o agarrava.

Agora todas nós sorrimos, descontraindo um pouco aquele súbito clima de revelação, suspense e expectativa.

- Se isso for verdade, só estou imaginando a reação do Christopher quando souber! - exclamou Anahí.

- Não vou contar nada ainda. - anunciei rápido.

- Como assim não vai contar nada? -Anahí perguntou fazendo cara feia. - Ele é o pai!

- Não quero assustá-lo sem necessidade, pode ser alarme falso! - justifiquei. - Quando tiver algum tipo de comprovação, contarei. Até lá, por favor, peço que não falem nada.

- O direito e o dever de contar são todos seus. - disse sabiamente Marichelo. - Não direi nada, você tem minha palavra. E você deve fazer o mesmo! - falou fitando sua filha que fez biquinho, contrariada.

- Bem, se não tiver outro jeito, fico de bico calado. - suspirou resignada. - Mas digo uma coisa, se fosse comigo, contaria pro Alfonso imediatamente, não ia perder tempo!

Logo em seguida a porta se abriu e Christopher entrou trazendo um copo com refrigerante. Ficamos em silêncio, olhando uma para outra, como se fôssemos conspiradoras de algum crime. Ele nos olhou desconfiado.

- O que aconteceu? - perguntou preocupado, estendendo-me a bebida. - Algo errado? Não está se sentindo bem?

- Está tudo bem. - respondi enquanto segurava o copo que me estendia.

Depois de beber o refrigerante, garanti a ele que estava bem o bastante para sair da cama. Segurando-me pela cintura descemos a escada. Na sala, a música tinha voltado a tocar e a festa prosseguia - o que me deixou aliviada! Detestaria que meu desmaio fosse motivo para interromper a comemoração.

A fim de tranquilizar algumas pessoas, dissemos que havia sentido apenas um leve mal estar. Um bebê! - pensava alarmada. - Se for verdade, o que faremos? Qual será a reação dele? - me perguntava, observando-o discretamente.

- Você está silenciosa. - falou ao meu ouvido. - Está cansada?

- Um pouco. - respondi agradecida por ter essa desculpa. - Você se importa se formos pra casa agora?

- Claro que não.

Ao nos despedirmos, aguentei firme os olhares indiscretos e recriminadores da Anahí. Então, com alívio, voltamos pra casa.

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Já acordou pela manhã sentindo vontade de dançar, pular e dar cambalhotas, tudo ao mesmo tempo? Pois foi assim que acordei naquela manhã: baterias carregadas e completamente aditivadas.

Tomei banho cantando mais que um rouxinol. Fazendo do vidro de xampu microfone, soltei a voz imitando Frank Sinatra naqueles filmes antigos.

- I've got you under my skin. - cantarolava sob a água quente.

Estava tão estupidamente feliz!

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora