Cap.102: "Perigo: explosivo".

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Samuel se afastou para me dar passagem. Passei rápido, para que tivesse o mínimo de contato com o seu corpo seminu. Ele veio logo atrás, fechando a porta. Assim que me vi sozinha com ele na pequena entrada, procurei esclarecer o ocorrido.

— Sinto pela confusão agora há pouco. Mas sempre que vim aqui você não estava e, quando vi a porta abrindo, deduzi que fosse o Alfonso. — falei envergonhada. — Acho que interrompi seu banho.

— Não tem problema, já tinha acabado mesmo. — falou passando a mão nos cabelos úmidos. — Sente-se e fique à vontade, vou me vestir. O Poncho já deve estar chegando.

— Obrigada. — agradeci me sentando no sofá.

Ao invés de sair como tinha avisado que faria, Samuel continuou no mesmo lugar e me observava atentamente. Seu olhar firme não deixava o meu rosto e senti que corava. Abaixei os olhos, sentindo- me incomodada.

— Sem dúvida, o Alfonso sabe reconhecer o melhor. — falou num tom insinuante. — Com licença. — disse ainda, antes de dar meia volta e sumir pela porta.

Levei a mão ao peito, enquanto fechava os olhos. Nunca pensei, nem em minhas fantasias mais excêntricas, que poderia haver uma replica do Alfonso solta por aí. Que perigo!

Ainda bem que tive alguns minutos para me recompor do choque. Passado algum tempo, quando o Poncho abriu a porta e entrou, já estava refeita. Foi com alívio que o vi chegar.

Havia passado os últimos minutos tensa, querendo evitar outro encontro isolado com Samuel. Algo nele havia me deixado em estado de alerta.

— Oi, gata! — cumprimentou alegre, enquanto tirava os óculos escuros. — Desculpe o atraso, ainda bem que você percebeu que a porta estava destrancada e esperou aqui.

— Acabei de chegar. — falei indo em sua direção.

Já ia explicar como tinha conseguido, de fato, entrar no apartamento, quando ele se aproximou e com pressa me abraçou. Cobriu meus lábios num beijo tão quente que me fez esquecer até mesmo o que eu estava fazendo ali.

Correspondi empolgada, sentindo satisfeita o sabor familiar de hortelã em seu hálito. Sempre me deixava suspirando.

— Devia ser proibido esse gosto da sua boca, sabia? — sussurrei.

— Posso saber por quê? — perguntou apertando minha cintura.

— Provoca coisas estranhas em meu cérebro. — respondi, segurando-o pelo pescoço.

— Que tipo de coisas? — perguntou todo convencido.

— Não adivinha?

Ele sorriu insinuante, visivelmente cheio de si. O Alfonso era lindo! Fato inegável. E era tão másculo que estar próxima era como mergulhar em pura testosterona. Chegava a embaralhar os sentidos.

Ele deveria andar com uma placa pendurada ao pescoço dizendo: “Perigo: explosivo!”. Se bem não me importava nenhum um pouco de me queimar em suas chamas. Se ele era uma bomba, eu era o estopim.

De forma muito natural, ele me soltou, pegou algo em seu bolso — era uma bala — desembalou e enfiou na boca.

— Quer bala de hortelã? — perguntou casualmente.

— Aceito. — respondi erguendo a mão, imaginando que fosse tirar outra do bolso.

— Vem pegar. — falou cruzando os braços nas costas e me mostrando a bala que tinha acabado de enfiar na boca, agora presa entre seus lábios.

Sorrindo maliciosa, inclinei em sua direção. Quando ia pegar a bala entre meus dentes, com agilidade, ele a sugou novamente. Ergui a sobrancelha e o olhei atenta. Eu adorava um desafio! E constantemente o Alfonso criava aquelas situações que, sabia muito bem, eu não conseguiria resistir.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora