Cap.11: Você vai esperar sentado

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- Ou assim? - e desci os lábios beijando de leve o seu pescoço.

Eu a sentia estremecer sob o meu toque, tornando difícil qualquer controle. Quando minha mão desceu por suas costas, ela me empurrou com força.

- Chega! - gritou furiosa - Fique longe de mim!

- Calma, Dulce! - pedi erguendo as mãos num gesto de paz.

- Como você se atreve? - perguntou irritada

- Você também queria! - respondi me defendendo.

- Você é muito presunçoso, não acha? - rebateu irônica.

- Não se trata de presunção. - esclareci colocando as mãos na cintura. - Isso é a constatação de que eu te quero e que você também me quer. Sempre foi assim.

- Eu te proíbo de me tocar novamente. - ordenou apontando um dedo para mim. - Peça desculpas, agora mesmo!

Olhei aquela figura baixinha de dedo levantado e ri. Aproximei meu peito e, assim que ela me tocou com a ponta do dedo, recolheu a mão. Ri novamente. Voltei a aproximar meu corpo do dela sem tocá-la, deixando um espaço mínimo entre nossos corpos. Ela estava grudada à parede, olhos arregalados. Coloquei as mãos ao lado de sua cabeça e aproximei bem meu rosto do seu, nossos lábios quase se tocando. Vi os seus tremerem.

- Desculpas? Por quê? Por beijar você, por te acariciar, por fazer você suspirar? Sabe quando eu vou me arrepender? - seu rosto ainda estava zangado.

Ri cinicamente antes de responder à minha própria pergunta.

- Nunca! O único arrependimento que tenho em relação a nós, é não ter tido coragem de tomar a iniciativa há mais tempo. Mas fique tranquila, farei o que me pede, não voltarei a tocá-la até que me peça para fazer isso. - olhei profundamente em seus olhos e completei. - E eu sei que você vai pedir.

Recuei um pouco, enquanto ela cruzou os braços, olhando-me ainda mais zangada.

- Você realmente se acha, não é? - ironizou petulante e sorriu largamente.

- Não se trata disso. - expliquei. - A questão é que nos amamos. Só que você ainda não lembra, ou lembrou e está lutando contra seus sentimentos.

- Pois se prepare para esperar sentado, porque, se depender de mim, esse pedido nunca vai sair da minha boca! - retrucou batendo o pé.

Eu ri baixinho, aproximei minha boca da sua orelha, sentindo-a retesar.

- Vamos ver! - e me afastei completamente dela. - O que você acha de sentar e conversar um pouco? - sugeri.

Ela me olhou desconfiada, com certeza se perguntando se eu estava controlado o suficiente.

- Conversar? - perguntou insegura. - Só se você prometer se comportar!

- Serei um cavalheiro, prometo. - garanti a ela, sorrindo.

Já estava me virando em direção à cama, quando a ouvi dizer:

- Importa-se de sentarmos no tapete?

- No tapete? - perguntei surpreso. - Não, não me importo. Mas, por que não na cama?

- Preciso de um lugar em que me sinta segura. - respondeu.

Dei um rápido olhar para nossa cama, lembrando os momentos que tivemos ali, conversando, rindo, chorando, brigando, nos reconciliando ou nos amando. Não havia lugar mais especial para mim. E foi com certa dose de tristeza que a ouvi dizer aquilo.

Sabia que, para a "antiga" Dulce, nossa cama era símbolo do nosso amor e de liberdade, algo conquistado à custa de muitas lágrimas e, por isso mesmo, tão importante para nós.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora