Cap.39: Satisfação Feminina

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- Na verdade, quem falou foi Eric Hoffer, só peguei emprestado. - explicou com aquele sorrisão lindo.

Continuei quieto, pois não fazia a menor ideia de quem era o sujeito.

- Não se preocupe demais com o que estamos fazendo ou sentindo. Estamos juntos e felizes, não estamos? Como diria minha mãe, deixe para cada dia o seu mal e vamos viver o presente. Sei que suas intenções são puras, porque seus sentimentos são verdadeiros. Acredito neles. Acredito em você.

Nunca deixava de me surpreender. Não sabia o que tinha feito para ser merecedor dessa incrível fé que ela depositava em mim, pois meu passado depunha contra. Sua atitude me fazia ainda mais fã do seu caráter.

E vou dizer, descobri que caráter é um grande estimulante. A cada demonstração de sua inabalável confiança, tudo que eu queria fazer era beijá-la e, como uma coisa acaba levando a outra, logo, tudo que eu queria era amá-la.

Não sou um cara eloquente e cheio de papo romântico como Christopher, que parece o mocinho saído desses filmes bobos que me dão náuseas. Então demonstro da maneira que sei, e acredito ser uma das minhas poucas habilidades, minhas proezas na arte do amor.

Peguei sua mão e beijei. Fui mordiscando levemente cada dedo, sem deixar de olhá-la. No quarto dedo, acho que ela entendeu o recado.

- Quer me mostrar se o tapete é macio? - perguntou com um olhar que meu deu arrepios.

Outro ponto a favor dela: sintonia sexual. Vibrávamos na mesma frequência. Algum tempo depois, deitados sobre o tapete que se mostrou extremamente eficiente e confortável, Any disse algo com a cabeça apoiada em meu braço, que me fez dar boas risadas.

- O mundo tem grandes gênios: na música, Mozart; na arte, Da Vinci; na literatura, Shakespeare e, na satisfação feminina, Alfonso Herrera. - explicou preguiçosa. - Não é à toa que não largam do seu pé!

Posso reclamar de muitas coisas em minha vida, mas falta de gatas nunca foi uma delas. O que posso fazer se desde o jardim de infância tem garotas na minha cola? Não uma ou duas, são várias. De fazer fila.

No início não entendia muito bem porque isso acontecia; aos poucos fui compreendendo que estava relacionado à imagem. Desde muito cedo, ficou claro que minha aparência exercia um efeito poderoso nas pessoas. Beleza. Esse é um atributo que, desde que tomei consciência que o possuía, percebi que me abria portas.

Quando criança, as amigas de minha mãe ou as vizinhas viviam me cercando de elogios, e suas filhas viviam me cercando para outras coisas. Talvez devesse chamar de dom, sei lá. Observava alguns amigos e me surpreendia com a capacidade que tinham para fazer tantas coisas.

Christopher, por exemplo, além de excelente ator, era ótimo músico, um cara realmente talentoso. Meu irmão Samuel, mesmo não valendo nada, pelo que ouvi falar, estava se dando muito bem no curso de Direito. Apesar das falhas de caráter, sempre foi muito eloquente e persuasivo.

Já viu o filme O Advogado do Diabo? Era o próprio. Beleza é uma arma, porém de munição insaciável: quanto mais você usa, mais querem. Por muito tempo, me senti uma peça meramente decorativa. O que me fez embarcar numa série de relações superficiais, totalmente desapegadas de verdadeiro sentimento.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora