Cap.179: Assim quis o destino

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Pov. Dulce

- Bem, é claro que levei um grande susto, fiquei meio fora do ar por algum tempo. Fiquei muito feliz, mas o choque foi enorme. Passado o impacto inicial, refleti um pouco e resolvi arriscar, acabei aceitando a proposta dele, com uma condição, ele teria que falar com a minha mãe. Mesmo que ela goste do Poncho, fiquei meio insegura sobre qual seria sua reação. Voltamos logo depois do Natal e, assim que chegamos, contamos tudo. Ela ficou um pouco preocupada, porque somos muito jovens e tal. Daí Alfonso soube ser tão persuasivo que mamãe acabou cedendo. Ele propôs que viéssemos passar o Ano Novo com seu pai aqui na Escócia, dizendo que oficializaria o pedido aqui. Mamãe viu que a coisa era realmente séria. Só impôs que não marcássemos nenhuma data por enquanto, que esperássemos primeiro que eu fosse pra faculdade. Alfonso aceitou numa boa e assim fizemos. Tentei te avisar, mas seus pais disseram que ficou presa na casa do seu avô e não teria como voltar a tempo.

- Sem problema, amiga. Meus parabéns! Fico imensamente feliz por saber tão grandes e maravilhosas novidades. Mega curiosa pra ver essa aliança.

- É um luxo! - e começou a descrever em pormenores todas as facetas do fastuoso diamante.

Acabamos a ligação nos despedindo de forma esfuziante, nos desejando um novo ano cheio de promessas e realizações.

Depois fiquei parada, repassando esse ano de nossas vidas. Tantas coisas aconteceram, tantas experiências marcantes e inesquecíveis. Boas ou más, serviram de experiência e crescimento. O mais importante é que passamos por tudo como vencedores, e a prova maior disso é que estávamos felizes e cheios de planos para o futuro. Eu sabia que adversidades poderiam surgir, mas tinha fé que unidos poderíamos transpor os possíveis obstáculos.

O destino podia ser um menino buliçoso, mas acredito que a vida é feita de escolhas e, nessa jornada, nós tomamos as decisões. E estava ansiosa pelo que viria.

*************
Um  ano  depois

- Como está se sentindo?- Chris perguntou baixinho deitado ao meu lado.

- Não consigo me mexer. - respondi com voz preguiçosa.

Ele soltou uma risadinha deliciosa.

- É o que todo marido gosta de ouvir. - declarou enquanto seus dedos passeavam sem pressa pelas minhas costas.

Respirei profundamente sentindo o cheiro delicioso da maresia que nos envolvia. O luar entrava pela janela iluminando ligeiramente o quarto escuro. Eu mal conseguia acreditar que estávamos ali, naquele lugar, numa mistura de antigas e novas recordações. Ao ver novamente as praias de areia branca e o mar límpido, não consegui controlar a emoção, as lembranças de nosso casamento e lua de mel me fizeram ficar com os olhos cheios de lágrimas. Dessa vez, de pura felicidade. Chris não tinha esquecido a promessa de retornarmos ao Taiti. Voltamos sem a sensação incômoda de sermos fugitivos ou algo parecido, como tinha ocorrido da primeira vez.

O início de um choro manhoso, mas que prometia se tornar sonoro, caso não fosse rapidamente aplacado, se fez ouvir no quarto ao lado. Comecei a me mexer, preparando para levantar, quando Chris falou:

- Fique aqui. Pode deixar que eu cuido do Johnny.

- Obrigada, amor. - agradeci, observando ele pular da cama e vestir a calça do pijama.

Assim que saiu, fiquei atenta aos sons: um pouco mais de choro, palavras doces ditas num tom tranquilizador e o silêncio, o que indicava que Johnny devia estar no colo do pai. Sorri feliz.

Apesar de todos os contratempos, a vida seguiu seu curso e estávamos todos juntos, Christopher, eu e nosso filho, que tinha acabado de completar um ano. Fazendo um pequeno balanço dos últimos acontecimentos, até que não estávamos nos saindo tão mal. Apesar de jovens e inexperientes, compensávamos nossas pequenas falhas como pais com muito amor e carinho.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora