Cap.48: Fazer sexo não te faz mais ou menos homem.

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- Está preocupada com alguma coisa?

- Não. - respondi mentindo descaradamente.

Ficamos um tempo em silêncio, apenas sentindo suas mãos habilidosas subindo e descendo por minhas costas.

- Está se sentindo melhor?

- Muito melhor. - murmurei, adorando a sensação de relaxamento.

- Você ainda está chateada comigo?

- Por quê?

- Você sabe, aquele lance lá na loja. - respondeu sem graça.

- Já falamos sobre isso. Não estou chateada com você, é sério.

- Então tá, mas achei que você pudesse ter ficado com aquilo na cabeça.

Voltamos a nos calar, até que vencendo toda a minha timidez resolvi fazer uma pergunta.

- Christopher, como foi a sua primeira vez?

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Parei as mãos assim que ouvi aquela pergunta. Fiquei sem saber como responder. Dulce continuava aguardando uma resposta. Considerei seriamente me fazer de desentendido, saindo pela tangente com uma desculpa como: "Primeira, o quê?".

Pensando melhor, se fizesse essa pergunta, soaria tão estúpido que seria como se assinasse um atestado de demência. Queria dizer alguma coisa sutil, com um mínimo de maturidade. Pigarreei.

- Por que você está perguntando isso? - indaguei cautelosamente.

- Bem, não fiquei chateada com aquele lance lá na loja, mas com certeza, me deu muito o que pensar.

- Como assim? - insisti curioso.

- Estou tentando entender o que sinto por você, e por que sinto. - ela fez uma pausa parecendo organizar os pensamentos. - Racionalmente, sei que já devo ter vivido a experiência, afinal, tivemos relações. Mas emocionalmente sinto como se nunca tivesse feito isso antes. Quando nos tocamos, parece que estou vivendo tudo pela primeira vez. E é muito estranho saber que na verdade não é assim. Não sei por que tenho tanto medo, mas tenho. Se Maite e Cate estivessem aqui, provavelmente perguntaria isso a uma delas. Como não estão, e não acho legal conversar sobre algo assim por telefone, sobrou pra você.

Deitei ao lado dela para que conversássemos mais à vontade. Assim poderia ver seu rosto e suas reações. Nunca tinha falado sobre essa particularidade com Dulce e estava realmente inseguro sobre como começar.

- Foi ruim? - perguntou, provavelmente julgando minha demora em responder como algo negativo.

Precisava ser sábio agora. Se dissesse que sim, isso poderia piorar ainda mais os temores dela. Se dissesse que não, ela poderia começar a se comparar com minha antiga parceira.

Tinha que ser diplomático nessa questão, não desencorajar, mas também não fazer com que se sentisse inferior. Convivendo com tantas mulheres a vida toda, sabia bem como suas cabecinhas eram complicadas, interpretando as coisas que dizíamos de um jeito próprio e, muitas vezes, inesperado.

- Não exatamente. - acabei por responder, torcendo para que conseguisse conduzir a conversa numa boa.

- Como assim? Não foi o que você esperava?

- Sim e não. - olhei seu rosto que revelava completa confusão e sorri. - Vou tentar explicar. Esse é um momento do qual se ouve muito falar. Então, é muito fácil criar grande expectativa a respeito. Talvez para as garotas viver essa experiência não seja tão cobrado, mas para um cara é quase uma imposição, um rito de passagem pra provar que é macho, o que depois a gente descobre ser uma grande besteira. Fazer ou não sexo não te torna menos ou mais homem.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora