Cap.9: Conversar

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Pensei um pouco, analisando seu pedido e avaliando as consequências.

- Prometo fazer o melhor que puder, prometo ouvi-lo e tentar compreendê-lo. - falei cautelosamente. - Mas espero que ele entenda que não sinto e não me lembro das coisas que você falou. Confesso que o achei atraente e, quando me olhou nos olhos pela primeira vez, senti algo diferente. Nossa! Ele tem uns olhos castanhos que são... - parei de falar ao ver o olhar triunfante da Anahí - Não comece a ficar muito animadinha, não passa de atração!

- Querida, pra seu governo, tudo começou assim, uma troca de olhares, uma atração, uma conexão e pronto! Nove anos depois, convivendo diariamente, vocês se amavam loucamente, dispostos a enfrentar tudo e todos para viver esse amor.

- Enfrentar tudo e todos, como assim? - perguntei curiosa.

- Ah, não! - exclamou rindo. - Isso é algo que você e Christopher terão que conversar. Ele vai ter muito que contar pra você e não quero tirar dele esse privilégio.

- Aonde você vai? - perguntei, vendo-a levantar.

- Minha missão está cumprida, agora é hora de sair de cena. - respondeu caminhando até a porta.

- Por favor, Anahí! - pedi levantando-me e indo apavorada atrás dela. - Não vá ainda!

- Fique calma, amiga! - aconselhou abrindo a porta.

Parou e virou pra mim.

- Pode contar comigo sempre que precisar, mas agora é hora de começar a cumprir o que me prometeu e conversar com o Chris.

- Ai, Any... - segurei as mãos dela; as minhas estavam geladas.

- Posso dizer para ele subir? - perguntou de forma serena. - Não tema. Lembre-se que ele está tão assustado quanto você.

Mordi o lábio, nervosa. Eu sabia que não poderia adiar aquilo indefinidamente. Meu futuro e o dele dependiam disso.

- Ok. Peça para que ele suba. - respondi afinal.

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Andava de um lado para o outro roendo as unhas. Já estava a ponto de subir e invadir o quarto, de tanto que a Anahi demorara lá em cima. Foi com enorme alívio que escutei passos na escada. Ela parou no último degrau, muito séria, olhando-me fixamente.

- Pode subir, ela vai conversar com você.

- Obrigado, Anahi! - agradeci aliviado.

Ao passar por ela, segurou-me o braço.

- Não a pressione, Chris. - pediu, olhando-me nos olhos. - Ela está muito abalada.

- Pode deixar. - respondi e ela me soltou, acenando afirmativamente com a cabeça.

Seja bom, seja bom! - pensei enquanto pulava os degraus.

Corri pelo corredor. Encontrei a porta fechada e achei melhor bater primeiro. Logo a escutei pedindo para que entrasse. Abri a porta cautelosamente. Dulce estava de pé, próxima à janela, braços cruzados, o rosto corado e os olhos vermelhos pelo choro, mas a sua expressão estava mais serena do que quando saiu da sala.

Eu desejava tanto cruzar o espaço entre nós e abraçá-la, garantindo que tudo ficaria bem. Provavelmente ela não estava pronta para essa proximidade. Olhamo-nos longamente num silêncio incômodo, desconfortáveis com a situação e com medo de iniciar aquela conversa tão importante. Eu tinha tanto a falar! Agora as palavras me faltavam.

- Quem é você? - perguntou de repente.

Sua pergunta me pegou desprevenido. Nunca imaginei que Dulce fosse dizer algo assim.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora