Cap.85: Moto.

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Meia hora depois, voltou usando jaqueta de couro, calça jeans e botas. Assoviei, enquanto a olhava de cima abaixo aprovando o que via.

- Olha, fica muito difícil manter minhas promessas quando você aparece assim tão... - falei procurando pela palavra certa. - Irresistível!

- Comporte-se, senhor Uckermann, ou volto agora mesmo! - ameaçou brincalhona, mas seus olhos diziam que tinha gostado do elogio.

- Sim, senhora Uckermann! - falei segurando sua mão. - Agora quero que feche os olhos e só abra quando eu mandar.

- Ai, ai, ai... Alguma coisa me diz que você vai aprontar...

- Amor, eu prometi que não vai ser nada embaraçoso, lembra? Confie em mim e feche os olhos. Vou guiá-la. Vai terminar logo.

Ela me olhou por um momento e com um suspiro fechou os olhos resignada. Sorri, beijei levemente seus lábios, e segurando-a pela mão fomos para a garagem.

Passamos pelo carro do papai, pelo carro novo da mamãe e paramos bem no fundo onde se escondia a minha surpresa.

- Aguarde aqui um segundo. - falei soltando suas mãos.

Precisei me afastar um pouco para tirar a lona protetora que cobria tudo.

- Pronto! Agora já pode abrir.

Foi com uma deliciosa expectativa que a vi piscar, olhando ao redor. E foi com uma enorme satisfação que a vi abrir a boca, soltando um gritinho de alegria ao ver o que estava à sua frente.

- Uma moto! - exclamou dando um pulinho empolgado. - Nossa! ela é linda!

- Gostou mesmo? - perguntei.

Ele se aproximou da máquina, colocando a mão apreciativamente na pintura brilhante preta.

- Claro que sim! - respondeu animada.

Mas subitamente ficou séria.

- Quem vai pilotar?

- Eu. É claro! - respondi me fingindo ofendido.

- Desde quando o senhor sabe pilotar uma moto? - perguntou colocando as mãos na cintura.

- Desde a semana passada, quando peguei minha habilitação. - e para provar, peguei minha carteira no bolso da calça, tirando de lá minha nova carteira de motorista e mostrei pra ela.

- Uau! - falou enquanto examinava o documento. - Pensei que você não gostasse de dirigir.

- Ainda não gosto de dirigir carros, mas moto é diferente. Só não me pergunte o motivo. Além disso, já estava de "saco cheio" de ficar dependendo da carona de alguém ou viver pegando táxi. Encontrei a solução por acaso. Um colega de elenco me mostrou a moto nova que comprou e me empolguei. Foi quando tive a ideia de fazer uma surpresa para você. Comecei a ter aulas de direção antes dos ensaios da peça e, assim que consegui tirar a habilitação, comprei a moto.

Ela passou a mão no assento de couro, virou-se e se jogou em cima de mim, enlaçando-me pelo pescoço.

- Obrigada! Adorei! - falou beijando-me rápido.

- Então prepare-se porque a surpresa ainda não terminou.

- Não? Será que deveria começar a me preocupar de novo?

- Oh! Mulher de pouca fé! - caçoei. - Venha. Vamos subir logo nessa moto e ver do que ela é capaz!

Fui até o armário e tirei de lá os dois capacetes que tinha comprado. Coloquei o meu e ela me imitou o gesto. Montei na moto e bati minha mão na garupa.

- Pode vir sem medo, senhora Uckermann! - ouvi sua risada cristalina enquanto sentava atrás de mim, abraçando-me pela cintura.

Respirei fundo, adorando a sensação do seu corpo grudado no meu. Apertei o botão do controle remoto para abrir o portão da garagem, liguei o motor e acelerei, sentindo a moto ganhar vida embaixo de nós.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora