Cap.25: Cemitério?!/Confie em mim

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- Não sairemos de Londres, isso eu prometo. - ele respondeu animado, erguendo-se em seguida. - Vamos?

- Agora? Mas eu ainda não terminei. - respondi espantada, mostrando as roupas espalhadas.

- Quando voltarmos, prometo ajudar. Isso pode esperar. - falou empolgado. - Vem!

Ele me estendeu a mão e não tive alternativa a não ser segurá-la e, dali em diante, permitir que me guiasse pelos caminhos que nos levassem até aquele lugar misterioso.

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O dia estava frio e o céu cinzento. Ainda era outono. Mas já se percebia a chegada do inverno, com o vento gelado e cortante que fazia os galhos das árvores balançarem e as folhas caírem. Tinha vestido um casaco reforçado e usava botas.

Mesmo assim, parecia que não conseguia me manter quente o suficiente. Sentia os dedos gelados e resolvi colocar as mãos dentro dos bolsos do casaco, andando ao lado do Christopher.

Ele não parecia se incomodar tanto com o frio, caminhava a passos rápidos e decididos, demonstrando visível empolgação, o que se confirmava pelo meio sorriso que ameaçava escapulir de seus lábios a qualquer momento.

Queria aparentar tamanha descontração, mas era difícil. Não só pelo frio que se infiltrava pela minha roupa, mas pela mistura de ansiedade e temor que me dominava a cada passo que dava. Sem perceber, soltei um longo suspiro.

- Relaxa, Dulce. - pediu Christopher, olhando-me brincalhão.

- Estou bem. - falei sem graça, tentando manter o rosto calmo, numa tranquilidade que estava longe de sentir. - Falta muito?

Ele soltou um riso baixo e rouco.

- Não, apenas algumas quadras. - respondeu.

Soltei mais um suspiro, e ele riu novamente. Detestava demonstrar tanta insegurança, mas procurei parar de me preocupar, distraindo-me com o que via ao redor e com as pessoas que passavam por nós na calçada. Inesperadamente, deparamos com uma procissão de carros, que logo entendi tratar-se de cortejo fúnebre.

Achei curioso fazermos o mesmo trajeto daqueles carros, mas considerei uma coincidência. Vi ao longe a pomposa entrada do Cemitério e Crematório de Londres e repararei que tomávamos aquela direção. Alguns metros nos separavam do portão principal. Paramos na calçada, esperando a vez de atravessarmos a rua.

Quando Christopher fez esse movimento, segurei-o pela manga de sua jaqueta e o detive.

- Aonde pensa que vai? - perguntei. - O que pretende, Chris?

Ele me olhou com muita calma e respondeu de forma serena.

- Quero te mostrar uma coisa.

- Mostrar? O quê?

Ele não respondeu. Voltou a olhar pra frente, fitando o cemitério e confirmando minhas suspeitas. Olhei na mesma direção e comecei a entender cada vez menos.

- Você só pode estar brincando! - indaguei.

- Qual é o problema?

- O que você quer me mostrar lá?

Ele sorriu malicioso.

- Não vai dizer que tem medo de fantasmas.

Bufei irritada, já ia lhe dar as costas e ir embora, quando ele me segurou pelo casaco.

- Dul, espere!

- Cansei desses seus joguinhos. Vou pra casa. - disse contrariada.

- Não estou jogando com você, é sério. - explicou adotando um ar mais concentrado. - Só não contei para onde viríamos, temendo que não aceitasse.

Ele estava certo, se soubesse não viria.

- Olha, estamos quase lá. Ficaremos pouco tempo, garanto. Só peço que confie em mim. Não irá se arrepender. - afirmou com convicção.

- Eu não entendo. - murmurei confusa.

Ele soltou meu braço e segurou meu queixo com a ponta dos dedos.

- Confie em mim. - insistiu.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora