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E quanto mais me afundava nesse comportamento, mais me tornava como me sentia: um lindo e caro vaso de flores; decorativo, vazio e sem conteúdo. Era como se minha aparência fosse o melhor que tinha a oferecer.
Anahi foi a primeira garota que demonstrou ver algo além, que disse me admirar pelas minhas qualidades - que ainda eram um tanto subjetivas para mim. Acabei questionando seus motivos para querer ficar comigo. Afinal, Anahi era tão esperta.
Tinha ficado assombrado com aquela sua capacidade de lembrar praticamente de tudo que já havia lido ou assistido; citações das mais variadas fontes brincavam em sua boca com uma facilidade incrível. Depois que descobri esse seu talento, desafiei dizer frases sobre os temas mais estranhos ou corriqueiros e ela o fez com uma competência estarrecedora.
- Rir! Diga alguma coisa sobre isso.
Ela refletiu por um momento. Pensei finalmente ter conseguido encurralá-la.
- Risus abundat in ore stultorum. - recitou pausadamente. - O riso é abundante na boca dos tolos.
- Latim? - indaguei espantado. - Desisto! Eu namoro uma erudita!
Ela soltou uma sonora risada.
- Não foi difícil. Essa era umas das frases favoritas do meu pai.
Anahi era bonita, mas de um jeito incomum. Fisicamente seria uma garota como tantas outras. O que a tornava especial, além de seu sorriso radiante, era sua inteligência, sensibilidade e esse talento maravilhoso de não julgar as pessoas, de respeitar as diferenças. Anahi parecia ter nascido com visão de raios-X da alma.
- Gata, o que você viu em mim, afinal? - perguntei, pois me sentia pequeno e inútil perto de todo seu potencial.
- Alfonso, não é óbvio? Óbvio?
Fiquei momentaneamente confuso, Anahi seria como tantas outras, que viam em mim apenas a aparência que eclipsava qualquer outra possível qualidade?
- Seu coração. - falou respondendo a sua própria pergunta. - Quando olho pra você, vejo um coração bom e leal.
Suspirei aliviado.
- Por um segundo, pensei que você diria algo diferente.
Ela deu uma risadinha.
- Que você é deslumbrante? Claro que vejo isso, também. Não sou cega. Mas eu seria muito fútil de levar alguém a sério, tendo em consideração apenas isso.
- E você realmente faz isso? Nos leva a sério?
Ela parou de sorrir, aproximou-se de mim, abraçando-me pelo pescoço e olhou meu rosto de forma grave.
- Sim. Demais. Até me pergunto se é sábio me entregar dessa forma, tão inteiramente.
- Então é isso o que você quer? Este coração? - perguntei tocando meu peito.
- Quero seu amor, seu amor inteiro. Por que o meu você já tem.
Tenho realmente problemas em me expressar de forma emocional, ainda mais sendo pego desprevenido com essa súbita declaração de amor. Fiquei olhando pra ela sem saber o que dizer.
Com certeza, a Anahi esperava alguma reação de minha parte. O que falar? Ou melhor, como dizer? Tudo que me vinha à cabeça parecia ridículo. Ela continuava me olhando e fui ficando nervoso. Any não merecia meu silêncio.
Comecei a pensar no que Christopher faria na minha situação. Acho que deixá-la ali e ligar pra ele em busca de um plano não seria indicado. Lembrei-me da experiência no parque e achei que valia a pena arriscar de novo. Isso mesmo! Comecei a rezar!
- Vocês aí de cima, por favor! Se quiserem que esse namoro continue, o momento de ajudar é agora! - implorei em desespero.
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Mais Que Irmãos - 2° Temporada
FanfictionSinopse: Quando a mente se encontra na escuridão, deixe o coração ser seu guia. O amor de Dulce e Christopher foi eclipsado por um trágico acidente. Ela recebeu uma nova oportunidade do destino, porém não se recorda do grande amor de sua vida. Ele e...