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Pov. DulceEu estava com as pernas cansadas de tanto andar de um lado para o outro, tentando me manter aquecida. Tremia cada vez mais, sentia as mãos geladas e batia os dentes sem parar.
Não sabia por quanto tempo suportaria ficar naquele ambiente tão gelado. Tinha esperanças de que Paola se cansasse e desistisse. Mas de vez em quando ela voltava a gritar, avisando que continuava aguardando, enquanto eu caminhava naquela caverna.
Minha única alternativa era continuar esperando ajuda, aguardando um milagre. Não sei quantas horas já haviam se passado. Então, senti minhas pernas falharem e caí de joelhos, respirando com dificuldade, vendo o vapor sair de minhas narinas.
Comecei desacreditar que alguém pudesse me encontrar. Tínhamos nos afastado muito da estrada principal. Tinha me embrenhado pela floresta e subido a montanha. Mesmo que tivessem iniciado uma busca, poderiam levar muito tempo até que me encontrassem e, provavelmente, seria tarde demais.
Comecei a sentir muito sono. Eu sabia que isso era sinal de que a temperatura do meu corpo tinha começado a baixar perigosamente. Reunindo as últimas forças, fiquei de pé e voltei a caminhar. Se parasse e me deixasse dominar pelo sono, seria o sono da morte.
A luz que entrava na caverna começava a diminuir. Quando a noite chegasse, eu não teria mais chances.
Chris, onde quer que esteja, por favor, me encontre! — pensei desesperada, como se de alguma forma ele pudesse me ouvir — Por mim, pelo nosso filho, me encontre!
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Pov. ChrisCorria feito louco, olhando para todos os lados. Meu coração batia forte dentro do peito. Percebi a tarde acabando e me sentia mais angustiado do que nunca. Vovô não tinha me ligado, o que significava que não haviam encontrado Dulce.
Tinha saído da estrada principal e me deparei com uma série de caminhos diferentes e possíveis.
Ora entrava em um, ora em outro, mas não havia visto nada.
Parei a moto decidindo o que fazer, quando vi ao longe uma figura feminina. Usava um longo vestido vermelho, fazendo belíssimo contraste com a paisagem branca e as árvores escuras. Meu coração saltou no peito. Daquela distância não conseguia distinguir quem era. Os cabelos soltos dançavam ao vento, tão parecidos com os de Dulce que resolvi verificar. Seu braço estava estendido numa direção. Meus olhos seguiram aquela indicação e avistei as montanhas ao longe. Voltei o olhar e, misteriosamente, ela não estava mais lá.
Acelerei a moto e fui até onde a tinha visto. Parei, tirei o capacete e olhei ao redor. Não havia sinal daquela moça misteriosa. Resolvi seguir pela trilha que ela havia indicado. Certo tempo depois, fiz uma curva e vi um carro parado no meio do caminho. Conferi a placa, mas conhecia aquele Porsche. Tinha encontrado o carro de Paola.
Parei a moto e liguei imediatamente para vovô, que atendeu ao primeiro toque.
— O que encontrou? — perguntou com voz firme.
— Estou perto da entrada que dá acesso ao bosque e às montanhas. — respondi. — Encontrei o carro e está abandonado. Não vejo ninguém por aqui.
Percebi que alguém havia chamado o vovô e logo outra pessoa falava comigo ao telefone.
— Christopher, sou o oficial Clements, peço que fique onde está. Vamos enviar uma viatura até você.
Não faça nada precipitado. — concordei relutante e desliguei.Olhei para o céu cheio de nuvens e a neve começou a cair lentamente. Minha preocupação aumentou. A neve poderia esconder os rastros, tornando a busca ainda mais difícil. Eu precisava fazer alguma coisa. Inexplicavelmente, sentia que tinha pouco tempo e precisava correr. Só não sabia em que direção.
Foi quando algo chamou minha atenção. Entre as árvores, a mesma figura de vermelho, com os cabelos balançando ao vento. Ela fazia sinal para que eu me aproximasse. Comecei a andar em sua direção e, quanto mais me aproximava, mais a achava parecida com Dulce. Chegando mais perto, ela ergueu o braço e apontou para um caminho entre as árvores. Olhei nessa direção. Quando me virei, ela tinha desaparecido novamente.
— Como isso é possível? — pensei assombrado.
Mas não fiquei muito tempo pensando, tirei a arma da calça, segurei com firmeza e entrei na floresta.
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Pov. DulceEstava completamente esgotada. Sem mais energia, sentei no chão de pedra tremendo incontrolavelmente. Fechei os olhos, sabendo que tinha chegado ao meu limite.
O sono agora era ainda mais forte e me esforçava para ficar de olhos abertos. Quando me dei conta, estava deitada naquele chão duro, que parecia uma pedra de gelo.
Lágrimas silenciosas começaram a escorrer pelo meu rosto. Sabia que não tinha mais forças e que meu corpo se deixava vencer. Pensei no meu filho que ainda estava aquecido dentro de mim.
Provavelmente, ele nunca veria a luz do dia ou sentiria a beleza e o calor de um dia ensolarado.
Subitamente, minha cabeça ficou mais leve e comecei a murmurar uma despedida para todos aqueles que amava.Via claramente o rosto dos meus pais, de minhas irmãs, dos meus amigos e do homem que tinha se tornado o centro da minha vida.
— Adeus, meu amor. — despedi-me baixinho. — Não esqueça de mim e me perdoe, eu tentei.
Lembrei com carinho dos meus verdadeiros pais. Iria reencontrá-los, e não chegaria sozinha, estava levando o neto para que conhecessem.
Suspirei profundamente, tremia apenas ligeiramente, o sono me dominava. De repente, percebi uma forte luz clarear o ambiente. Abri os olhos e olhei surpresa para a entrada da caverna de onde parecia vir o facho de luz. Não senti medo. A luz parecia quente e convidativa. Alguém surgia daquela claridade e não conseguia distinguir. Aproximando-se mais, percebi ser uma mulher. Via seu cabelo solto, seu vestido... Pensei ser a minha mãe. Somente agora percebia o quanto éramos parecidas.
À medida que aquela figura se aproximava, ficava assombrada com a nossa semelhança. Quando ela parou à minha frente e se ajoelhou ao meu lado, senti como se estivesse olhando meu reflexo em um espelho. Éramos idênticas, só que ela brilhava tão intensamente que parecia feita de luz.
— Não tenha medo. — sussurrou. — Chegou o momento, só preciso que erga sua mão.
- Você veio me buscar? — perguntei cansada.
— Não. — respondeu com um leve sorriso. — Vim nos unir, será que ainda não percebeu quem sou?
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Mais Que Irmãos - 2° Temporada
FanfictionSinopse: Quando a mente se encontra na escuridão, deixe o coração ser seu guia. O amor de Dulce e Christopher foi eclipsado por um trágico acidente. Ela recebeu uma nova oportunidade do destino, porém não se recorda do grande amor de sua vida. Ele e...