Cap.58: O "apoio moral" de Paola

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Então, um despertador miserável começou a tocar na mesa ao meu lado, nos lembrando de que existia um mundo lá fora, além do nosso mundo particular.

Ele interrompeu o beijo praguejando, me soltou muito contrariado, esticou o braço, pegou o despertador e jogou pela janela, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Depois, voltou a me abraçar.

Em outra época, eu teria ficado muito zangada com ele, mas agora tudo isso me pareceu tão engraçado, tão absurdo. Tão Christopher.

- Chris, você não existe! - não conseguia parar de rir e fui acompanhada por ele.

Aos poucos, as risadas cessaram. Mesmo que agora o despertador fosse sucata, seu alarme tinha sido uma lembrança clara de que estava na hora de levantar.

Aproveitei que Christopher estava se espreguiçando e pulei da cama antes que tentasse me convencer a ficar com ele. E eu sabia que suas razões e métodos eram um perigo.

- Escola, aí vou eu. - falei enquanto calçava os chinelos.

- Também tenho que sair cedo hoje.

- Aonde você vai? - perguntei surpresa.

- Esqueci de te contar ontem, tenho prova de figurino da peça. - respondeu preguiçoso.

- Ah, sei. - fiquei desconfiada. - A Paola também vai estar lá?

- Não sei dizer, só se a roupa dela já ficou pronta, mas não tenho certeza. - alguma coisa me dizia que, ainda que a roupa dela não estivesse pronta, ela ia aparecer.

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E eu acertei, na verdade, acertei durante todas as semanas seguintes. Toda vez que Christopher tinha algum compromisso com relação a peça, mesmo que fosse algo que a princípio não precisasse da presença dela, Paola aparecia para dar "apoio moral".

No meu dicionário, aquilo tinha outro nome e ela sempre mandava beijinhos para mim. Agora, minha suspeita tinha se transformado em desconfiança e progredido para antipatia. Finalmente, chegou o dia da estreia e eu queria ir arrasando.

A razão disso é que, logo após a apresentação, todo mundo ia comemorar numa famosa casa noturna. E eu tinha certeza que a Paola usaria algo caríssimo e muito chique.

Então, para me ajudar na tarefa de encontrar o traje ideal, falei com minha consultora pessoal de moda, que não era ninguém mais ninguém menos que minha querida amiga Anahí. Na verdade, ela e o Alfonso também foram convidados.

Então fui à sua casa na missão de encontrar o vestido perfeito. Assim que cheguei, fomos direto para seu closet, onde ficamos conversando enquanto olhávamos algumas roupas.

- Dulce, se entendi direito, você tem que desbancar a naja da Paola, não é mesmo? - perguntou com um olhar malicioso.

- Sim, tenho que arrasar. - confirmei rindo. - Caramba, você já está maldizendo a garota e nem a conhece!

- Nem preciso, meu bem. - falou sorridente. - Confio em você de olhos fechados. Se você diz que alguém não presta, então não presta; se diz que a garota não vale nada, então não vale nada!

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora