Cap.143: Meu coração nada mudou.

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Pov.Chris

- Ainda não entendi, qual a ligação da mudança de quarto com sua melhora? - perguntei ainda confuso.

- Tudo naquele cômodo lembra vocês dois, sua presença é sentida em cada canto, na cama, nas fotos, no pôster na parede, no guarda-roupa, até no computador. Ela estava ficando doente, sentindo sua presença o tempo todo. Antes que ficasse seriamente depressiva, seu pai teve a ideia genial de transferi-la de ambiente e isso parece ter ajudado. - fiquei um tempo em silêncio, sob o peso do choque daquelas notícias.

- Christopher, o que aconteceu naquele hotel? - perguntou mamãe severamente. - Sabemos a versão da Dulce, mas quero ouvir o seu lado da história.

Abri a boca para responder e então descobri que não sabia como começar. Estava inseguro demais, temeroso demais. Como confessar pra sua própria mãe algo assim, uma possível traição, uma possível noite de sexo inconsequente? Eu estava com vergonha, nunca tinha sentido tanta vergonha na vida.

- Estou esperando, Christopher. - mamãe falou impaciente, olhando-me de cara feia.

Não tinha como fugir. Com um suspiro resignado, comecei. Ela ouvia concentrada cada palavra. Ao final, baixei os olhos, incerto de como terminar aquilo sem parecer um completo canalha.

- Eu tinha esperanças de que tudo pudesse ser um mal entendido. - comentou baixinho. - Eu conheço minha filha. Sabia que dizia a verdade, mas mesmo assim pensei que você pudesse dizer uma coisa diferente. Pensei que você fosse desfazer esse quadro horroroso. Mas ficou tudo ainda pior. - disse torcendo as mãos.

- Eu queria tanto vê-la, conversar com ela, fazê-la entender que meus sentimentos continuam os mesmos, que em meu coração nada mudou! - afirmei intensamente.

Mamãe me olhou triste e sacudiu a cabeça.

- Mas você não pode exigir o mesmo dela. Não depois do que aconteceu, do que ela viu e ouviu. Dulce tem todo o direito de estar como está, de sentir o que está sentindo.

- Como... como assim? - falei gaguejando de pavor. - Ela... ela... - não conseguia dizer aquilo em voz alta, parecia que ia sufocar - Ela não me ama mais? Não me quer mais? - minhas mãos começaram a tremer e senti o quarto rodar.

- Calma, filho! - mamãe pediu, segurando minhas mãos. - Ela não disse nada nesse sentido. Mas você tem que compreender que seus atos trouxeram consequências sérias e, talvez, irreversíveis. Dulce está muito magoada e fragilizada ao extremo. Precisa de um tempo para organizar seus pensamentos, os sentimentos e as prioridades. Você sabe que ela sempre foi a mais ponderada de nós. Enquanto todo o restante da família fala pelos cotovelos, ela sempre foi reservada e tranquila. Dulce sempre foi aquela que pensa e analisa primeiro, antes de dizer alguma coisa.

- Eu sei, sempre amei isso nela. - falei quase sorrindo ao me lembrar da carinha que ela fazia quando estava concentrada pensando seriamente sobre algo. E essa lembrança fez meu coração doer de saudade. - Mas ela vai me ver, não é mesmo? Não podemos continuar assim, precisamos conversar e esclarecer as coisas. Não estou aguentando essa distância, está acabando comigo! - confessei.

- Eu sabia que as coisas não deviam estar sendo fáceis para você também. - falou um pouco mais branda.

- Você acredita que a amo, não é? - perguntei exaltado. - Sabe que, mesmo com o que pode ter acontecido, meus sentimentos não mudaram, ao contrário, só aumentam, não é? Ah, mamãe! Se a senhora soubesse o quanto isso está me matando! O quanto me faz sofrer saber que magoei a mulher da minha vida! Eu continuo querendo a Dulce, apenas ela! O que preciso fazer para que ela entenda isso? O que preciso fazer para que me perdoe? Eu a amo, a amo tão desesperadamente! Eu a quero de volta! Por favor, me ajude! Por favor, mamãe!

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora