Cap.159: Perdida nele.

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Pov. Dul:

— Pronto, acho que já comemoramos o suficiente por hoje! — falei sem graça, empurrando-o com firmeza.

Depois desse episódio, passei o restante da manhã evitando ficar a sós com o Chris. Não era saudável para nenhum de nós, especialmente pra mim. Eu olhava pela janela na esperança de que o tempo melhorasse, mas continuava o mesmo e minha angústia só crescia. Isso significava continuar presa dentro daquela casa, esbarrando nele a todo momento. Nada estava saindo como eu tinha planejado. Quando resolvi vir, tinha pensado em conversarmos e depois simplesmente sair correndo, fugindo de todo aquele sentimento. Mas inesperadamente me vi prisioneira, tendo o pior dos carrascos: aquela paixão brutal e urgente.

Quando se aproximou a hora da refeição, resolvi tomar um banho e me arrumar para a festa.

Novamente fui salva pelo gongo. O vovô sugeriu que podia usar algo da vovó. Ele me levou até seu closet, explicando que já tinha doado muita coisa, mas tinha guardado alguns de seus vestidos favoritos. Deixou-me sozinha para escolher à vontade. Depois de experimentar alguns modelos, decidi usar o de cetim rosa claro. Era um tubinho de modelo oriental e gola alta japonesa, bem romântico. Prendi o cabelo num coque alto, deixando alguns fios soltos, coloquei um pouco de batom e pronto. Voltei pra sala e escutei assovios de aprovação.

— Ficou ótimo! Concorda comigo, Chris?

— Uma gueixa perfeita. — falou bem humorado. Fui obrigada a admitir que ele também estava muito bonito, todo barbeado, cabelo molhado, perfumado de banho, usando calça preta e pulôver cinza.

Pouco depois chegaram os convidados, e fiquei aliviada por não ser mais a única mulher na casa. Fui apresentada formalmente ao Wesley e à sua esposa, Mary — uma loira alta e gordinha, que contrastava com o marido moreno, baixinho e cabeludo. Ela me pareceu muito simpática e risonha.

— Muito bom te conhecer, Dulcr! Seu avô sempre falou com muito carinho dos netos, especialmente de você!

— Fico feliz em conhecer você também! — retribuí seu sorriso e olhei na direção da sua enorme barriga.

— Pode dizer, sei que pareço uma baleia! — exclamou seguindo o meu olhar.

— Oh, desculpe! — falei sem graça. — Não foi essa a minha intenção!

— Está tudo bem, já estou na última semana de gestação, devo estar grande mesmo! — e passou a mão carinhosamente pela barriga.

— Sabe o sexo? — perguntei curiosa.

— Uma menina, mas ainda não escolhemos o nome.

Olhei ao redor e observei que os homens estavam todos do outro lado, conversando, bebendo e rindo. Então aproveitei e sussurrei timidamente para a Mary:

— Também estou grávida.

— Que maravilha! O Chris já sabia?

— Não. Esse foi o motivo para vir agora, contar a novidade.

Mary pareceu ligeiramente menos alegre e, baixando os olhos, disse baixinho:

— Quer dizer que o único motivo para você ter vindo foi o bebê?

— Sim. — respondi, ainda sem entender porque parecia frustrada. — Por quê?

— Bem, quase todo dia na hora do almoço vi aquele rapaz atrapalhado e gentil suspirar, sonhando acordado com certa bailarina, sabe?

Foi a minha vez de abaixar os olhos. Era muito difícil ouvir de estranhos que eu não era a única a sofrer com aquela separação. Não que duvidasse que o Chris estivesse sofrendo, mas ouvir aquilo de alguém era diferente, parecia tornar tudo maior, ainda mais quando o comentário vinha de uma pessoa alheia à história.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora