Cap.77: Segure minha mão e salte comigo.

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Quer dizer, racionalmente, eu sabia que não, mas no momento exato da nossa união, fiquei subitamente apreensiva.

Pensei em todas aquelas coisas, as dúvidas que giram em nossa mente quando somos virgens: vai doer? Vai caber? Estou fazendo direito? A própria frase popularmente utilizada era assustadora "perder a virgindade".

Como assim perder? Deixamos alguma coisa para trás? Perdemos o quê? Nossa identidade, nossa feminilidade? Serei menos Dulce depois disso? Amanhã me olharei no espelho e não irei me reconhecer? Era espantoso constatar que virgindade é muito mais que o rompimento de uma membrana, virgindade é um estado de espírito.

- O que foi, meu amor? Fiz alguma coisa errada?

Algo em meu rosto deve ter denunciado o que se passava em meu íntimo, pois Christopher parou com as carícias fitando-me preocupado. Me senti tão culpada.

Justamente no momento de minha entrega, eu o havia feito recuar. E por ele ser tão sensível às minhas emoções eu o amei ainda mais. Mais uma prova que nossa sintonia era perfeita e, por isso mesmo, não mentiria para ele.

- Sou virgem. - confessei sentindo-me muito tola. - Não sei o que acontece a seguir, isto é, na teoria eu sei, mas na prática não sei se...

Como sempre acontecia quando ficava nervosa, estava me embolando toda pra explicar. Para minha grata surpresa, ele me calou colocando dois dedos em meus lábios e abriu um largo sorriso.

Pronto, comecei a relaxar ali, o sorriso do Chris tinha o efeito de poderosa droga em meu sistema, me deixava completamente extasiada. Ele segurou minha mão e a beijou, beijou o dorso, a palma e cada um dos meus dedos.

Depois a segurou junto ao seu rosto e olhou profundamente em meus olhos. Não vi raiva, mágoa, nem escárnio, reações que seriam mais do que justificadas para qualquer homem diante do que havia dito.

Mas Christopher não era qualquer homem, ele era meu marido. Ele me olhava com amor.

- Lembra o que combinamos? Quando e como saltar de bungee jumping é uma decisão sua. - falou baixinho.

- Eu sei. - falei. - E eu quero.

- Quer? - perguntou inseguro. - Mas acabou de dizer que...

- Acabei de dizer como me sinto, porque achei importante compartilhar minha emoção mais íntima, antes de viver o momento mais íntimo.

Por um momento nos olhamos sem nada dizer, Christopher continuava aguardando. Sim, quando e como saltar era uma decisão minha. Sendo assim, cabia a mim tomar a iniciativa.

Aproximei meu rosto, fechei os olhos e o beijei. Minha decisão estava tomada, não havia mais volta. Ele correspondeu ao meu beijo com total abandono, nos abraçamos, perdendo-nos em carinhos. Cuidadosamente, ele se posicionou sobre mim.

- Segure minha mão e salte comigo. - sussurrou.

Entrelaçamos nossos dedos e pulamos juntos, como disse que faríamos. Ofereci-me sem reservas e ele veio. Respirei fundo, não houve dor, nenhuma dor.

Mesmo assim gemi totalmente assombrada com as novas e crescentes sensações. Não dissemos mais nada, ele estava apoiado em seus cotovelos, próximo a minha cabeça, de maneira que nos olhávamos nos olhos, observando todas as expressões um do outro, enquanto o piano rangia abaixo de nós.

Abracei-o com minhas pernas, trazendo-o mais para perto, como se assim fosse impossível nos separar. Sem aviso, como por mágica, minha mente pareceu se abrir e me vi em outro lugar, estava numa cama linda com ele.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora