Cap. 31: Me abraça/ Me beija

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Não conseguia conter o choro, sentia meu peito se comprimir com a intensidade das minhas emoções, e vergonha por demonstrar tanta fraqueza.

- Você estava tendo um pesadelo. Foi só um pesadelo. - confortava esfregando meu braço.

- Sou tão ridícula! - murmurei constrangida.

- Calma, vai passar.

Olhei pra ele e me senti tão fraca, tão terrivelmente cansada e carente. Pousei minha cabeça em seu peito e o abracei pela cintura. Precisava daquele contato, do calor do seu corpo quente e daquela ternura para ajudar a afastar qualquer sensação de frio e medo.

- Me abraça. - pedi.

Seus braços me envolveram e suspirei profundamente pelo bem estar imediato que me trouxe o aconchego daquele carinho. Ele passava as mãos suavemente por minhas costas, procurando me acalmar.

Fui serenando, conseguindo conter o choro, apenas algumas lágrimas ainda rolavam.

- Quer falar a respeito? - perguntou.

- Mais tarde. - respondi esgotada.

Não teria condições de contar o que tinha acontecido comigo. Ele me ninava tranquilamente. Então, começou a cantar baixinho. Sentia a vibração de sua voz através de meu rosto encostado ao seu peito. Fechei os olhos de puro prazer.

"Eu não me importo aonde vou quando estou com você, quando eu choro, você não ri, porque você me conhece..."

A música me soou familiar, eu a conhecia, é claro! Porém, foi mais do que isso: sua melodia doce me trouxe uma sensação inesperada de alegria, a letra romântica na voz aveludada dele fez meu coração bater mais rápido.

"Eu estou em você, você está em mim, eu estou em você, você está em mim, porque você me deu o amor, amor que nunca tive, sim, você me deu o amor, o amor que nunca tive. "

A posição em que estávamos - com Christopher me abraçando como se eu fosse uma criança -, a música cantada por ele, a sensação de felicidade, tudo me pareceu repetido, um déjavu.

- Que música linda. - murmurei.

- Cantei pra você na manhã seguinte ao nosso casamento. - respondeu com simplicidade.

Levantei meu rosto surpresa e arrebatada por essa revelação, aquele homem lindo e sensível, que me tratava com tanto carinho, tinha acabado de confirmar minhas suspeitas. Senti as barreiras ruírem. Ergui a mão, tocando seu rosto com delicadeza.

- Me beija. - pedi suplicante.

Vi seus olhos castanhos arderem sob a luz fraca do abajur. Ele não teve dúvidas, e nem eu, quando seus lábios finalmente cobriram os meus.

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Sim, sim, sim! - era tudo o que conseguia pensar. - Oh, céus, finalmente! Meus lábios nos dela, movendo-se doce e calmamente, e a seu pedido! Quanto tempo eu aguardara por isso! E agora que tinha acontecido, não tive dúvidas: grudei minha boca na sua como se estivéssemos unidos com Superbonder.

Estava sentado de pernas cruzadas na cama e Dulce stava deitada em meu colo como se fosse um bebê, sua cabeça apoiada em meu braço. Ela segurava minha cabeça com uma de suas mãos e podia sentir seus dedos em minha nuca, acariciando gentilmente os meus cabelos.

Eu movia meus lábios com a mesma delicadeza - não queria assustá-la. Sentia como se esse fosse nosso primeiro beijo e, na verdade, depois do acidente, podia ser considerado dessa forma. Era nosso primeiro beijo com seu consentimento.

Sentia o calor do seu corpo na pele nua do meu peito. Através do seu pijama, eu lembrava com clareza sua maciez e suavidade.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora