Cap.161: A chave desse mistério.

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Pov. Dulce:

Enquanto esquentava o leite e procurava o chocolate em pó, minha mente corria a mil. Primeiramente, preocupada com a situação que enfrentávamos. Não teríamos outra solução a não ser ajudar a Mary trazer sua filhinha ao mundo. E esperava que o meu avô tivesse capacidade de ajudá-la, já que eu pouco poderia fazer. Fora isso, estava muito zangada comigo mesma. Como pude baixar a guarda e, não só ter permitido que o Chris me beijasse, mas corresponder de forma tão intensa? A última coisa que queria era dar falsas esperanças a ele, ou pior, fazê-lo acreditar que era suscetível às suas aproximações.

Enquanto misturava o leite, o chocolate, a canela e o açúcar, pensava como continuar naquela casa nessas condições. Tinha que existir um jeito de escapar, de fugir de tanta tentação. Não sabia do que tinha mais medo, se dele ou de mim mesma.

Coloquei a bebida quente no bule e arrumava as xícaras na bandeja quando ouvi a porta se abrindo. Uma voz grave e firme, veio por trás de mim.

— Posso ajudar?

Não virei nem ergui o rosto, simplesmente continuei de cabeça baixa. Não conseguia encará-lo, não queria me perder novamente em seus olhos. Tudo o que eu não precisava era de mais conflito, já bastava ter tantos sentimentos contraditórios lutando dentro de mim.

— Não, obrigada. — respondi secamente.

Depois que disse isso pairou o silêncio. Me espantei quando ele segurou meu pulso, me fazendo virar ao seu encontro.

— Pare com isso! — Chris exclamou irritado.

Fui pega completamente desprevenida. Levantei a cabeça e me deparei com seu olhar duro e sua postura tensa.

— Do que você está falando? — perguntei puxando o braço, tentando me soltar.

— Pare de agir como se não soubesse do que estou falando! Pare de tentar demonstrar ser essa menininha indiferente e altiva. Não combina com você! — ele estava tão furioso que seus lábios chegavam tremer. — Não me suporta mais? Ótimo! Tem nojo de mim? Maravilha! Quer me ver fulminado por um raio? Incrível! Mas vamos parar com esse teatrinho de garota superficial. Posso aturar seu desprezo, raiva, até mesmo seu ódio, mas não vou aceitar que me trate como se eu não tivesse significado nada para você!

— O que esperava de mim? — rebati, lutando por me soltar. — Depois de tudo que aconteceu, queria que eu caísse aos seus pés toda vez que você se aproxima?

— Claro que não! — rebateu cheio de cólera. — Mas o que não esperava era vê-la fingir ser uma coisa que não é. Apesar dos meus erros, sou sempre o mesmo. Então, o mínimo que esperava da sua parte era ser tratado da mesma forma! Sim, eu errei, fui tolo, imaturo, talvez até ingênuo. Quem nunca errou e depois se arrependeu? Em que pedestal você se coloca, que não pode me olhar nos olhos e falar de forma franca e honesta? Sabe, estou cansado de ser tratado como um vil! Quer saber? Faça como quiser. Continue nessa sua pose de dona da verdade. Pouco me importa!

Dizendo isso, me soltou bruscamente e saiu pisando duro. Coloquei a mão no peito, tentando parar de tremer. Respirei profundamente várias vezes. Senti os olhos se encherem de lágrimas e fiz força para não derramá-las.

Quando consegui me acalmar o suficiente para segurar a bandeja sem tremer, voltei pra sala e, para meu alívio, só encontrei o vovô. Enquanto o servia, perguntei discretamente onde estava o Chris.

— Ele passou aqui agora há pouco parecendo um touro indomável e se trancou no quarto. — respondeu me olhando atentamente.

Enchi uma xícara e me sentei na poltrona bebericando levemente a bebida quente e saborosa. Minhas mãos tremiam ligeiramente e segurei com força a alça para evitar que derramasse.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora