Cap.50: É como saltar de Bungee-jump.

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- A princípio, pensei ter me sentido assim porque não estava acostumado a fazer. E pensei que repetindo a dose aquele sentimento fosse passar. Mas a situação permaneceu a mesma. Com o tempo, comecei a acreditar que o problema era realmente comigo e me conformei.

Ela pareceu refletir por um minuto diante de minha última afirmação.

- Será que quando chegar minha vez acontecerá o mesmo comigo? Vou descobrir que a coisa não é aquilo tudo que as pessoas comentam? Que fazem tanto estardalhaço a respeito por nada? Sei lá, se nem entre nós foi diferente...

Fiquei apavorado diante de suas conclusões! Precisava esclarecer a situação ou previa um futuro nada animador a caminho, com noites de intermináveis orgias de sorvete.

- Timeout! - exclamei enérgico, fazendo um T com as mãos - Quero que me escute com muita atenção. - seus olhos me fitavam sem piscar - Dulce, fazer amor com você foi a grande revelação. Foi incrível, maravilhoso! Todo o ato ganhou uma dimensão completamente diferente. Tinha prazer, sim, bastante prazer. Porém, estava envolvido num sentimento muito profundo e verdadeiro! E aí está a grande diferença! Nossa relação não era apenas transa, sexo. Fazíamos AMOR, em letras maiúsculas! Colocávamos em ato os nossos sentimentos, éramos uma unidade e nada poderia ser mais bonito do que isso.

- Então, conosco foi realmente melhor? - perguntou daquele jeito compenetrado, que era só seu.

- EXTRAORDINÁRIO. - respondi pausadamente. - Letras maiúsculas!

Foi impossível não sorrir ao ver a expressão orgulhosa no rosto dela.

- Você consegue descrever a sensação?

Deitei-me de costas, coloquei um braço atrás da cabeça, pensando em como responder.

- Deixa pra lá, acho que a pergunta é muito embaraçosa, não é?

- Não, não é isso. - logo esclareci. - Só que não é algo fácil de explicar, estou buscando encontrar as palavras certas. Sabe como os franceses chamam esse momento? La petite mort, ou seja, "a pequena morte". Porque é essa a sensação: de que você está indo em direção ao seu fim. É como estar viajando num trem desgovernado, sem controle. Você não consegue parar, ou melhor, não quer parar. E, então, finalmente, você chega ao seu destino e, por alguns segundos, simplesmente, deixa de existir.

- Isso não soa muito prazeroso pra mim. - comentou com uma careta. - Parece... parece um pouco assustador.

- Não deixa de ser, especialmente na primeira vez. Mas eu não chamaria de assustador, é mais assombroso. Você fica meio sem entender o que aconteceu e curioso para sentir de novo, para ter certeza de que vai ser de novo tão bom. E cada jornada é uma nova descoberta.

Ela deu uma risadinha.

- Não sei por que, lembrei-me daquele pessoal que a gente vê na TV, saltando de Bungee-Jump. Parece uma coisa tão tola e perigosa de se fazer, mas mesmo assim as pessoas vão lá e fazem de novo. - ela disse deitando de lado, virada pra mim.

- Não deixa de ser uma boa comparação. - concordei virando pra ela, apoiado ao cotovelo.

- Acho que... Não sei se um dia vou me sentir preparada para saltar de Bungee-Jump. - afirmou ao me encarar.

Seus olhos revelavam dúvida quanto ao meu entendimento da mensagem, assim como receio de que eu não respeitasse seus sentimentos.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora