Cap.51: Estou me encontrando com você.

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Eu realmente não podia apressar nada. Estendi o braço e segurei sua mão, entrelaçando nossos dedos.

— Quando e onde saltar de Bungee-Jump é uma decisão sua. — procurei falar num tom amistoso. — E quero que saiba que estarei aqui, esperando para saltar junto com você, de mãos dadas como agora.

Ela olhou para nossas mãos unidas.

— Obrigada por entender, por ser tão paciente e compreensivo. Sei que o que estou pedindo não é uma coisa fácil. — explicou com um sorriso triste. — Curioso, desde que saí do coma, tenho essa estranha sensação de perda, como se estivesse me desfazendo. Mas agora...

Ela parou parecendo não saber como prosseguir.

— Mas agora... — encorajei.

— Agora que começamos a nos entender, e depois dessa conversa, sinto que estou me encontrando.

— Fico muito feliz em ouvir isso. — falei aliviado.

Ela baixou os olhos timidamente.

— Se eu saltar, promete não soltar minha mão? — perguntou.

Senti meu peito inflar de júbilo. Embora ela tivesse pedido para continuar em dolorosa espera, não havia me descartado, ao contrário, tinha me incluído em seus planos futuros! Achei um excelente sinal!

— Nem por um segundo. — prometi, apertando carinhosamente nossos dedos.

Depois de mais uma rodada de beijos deliciosos, dormimos abraçados. Fiquei mexendo em seu cabelo, até que ela fechou os olhos.

— Chris... — murmurou já quase dormindo.

— Hum?

— Descobri mais uma coisa.

— O quê?

— Sobre me encontrar. — sussurrou. — Estou me encontrando em você.

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A casa da família Portilla era o reflexo perfeito de seus donos. Fui preparado para me sentir um tanto desconfortável com a situação, mas o ambiente me pareceu tão agradável e alegre que, surpreendentemente, fiquei à vontade.

Fui recebido por Anahí que alegremente me deu as boas vindas, permitindo-me entrar sem demora. O ar estava delicadamente perfumado com o cheiro de sândalo — o que achei muito agradável, assim como a aconchegante e suave música indiana que tocava baixinho.

A decoração, assim como Anahí, era uma mistura de dois mundos, ocidental e oriental. Quase toda a mobília da sala era sóbria, em madeira sólida, sofás confortáveis de cor clara salpicados de cor por almofadas de tecido em tom vibrante.

Num interessante contraste, cadeiras de linhas sinuosas em madeira escura com entalhe de motivo floral marfim ajudavam a dar vida ao cômodo. As cortinas também alegravam o ambiente com suas cores quentes.

Observei algumas peças interessantes, objetos decorativos como estátuas de elefante e de dançarinos em roupas típicas. Porta-retratos de metal belamente trabalhados enfeitavam a sala em pontos estratégicos.

Gostei bastante do que via, mas me senti particularmente atraído pelo belíssimo espelho que tomava boa parte de uma das paredes. A moldura de metal dourada era ricamente trabalhada. Parei em frente, com Anahí ao meu lado, admirando-o.

Daí, o que mais me surpreendeu foi o nosso reflexo. A nitidez da imagem era incrível, nunca tinha me visto de forma tão clara em um espelho. Alguns espelhos parecem nos distorcer, deixando-nos mais baixos, mais altos, gordos ou magros. Esse era impressionante!

Minhas proporções exatas pareciam se refletir ali e tive a estranha sensação de ver meu rosto pela primeira vez, como se somente agora conseguisse enxergar meu verdadeiro eu. Sabia que era tolice, mas não consegui evitar.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora