Cap.138: Uma tregua.

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Pov.Anahí

Com essa fiquei surpresa.

- Você o bebeu? É o meu favorito.

- Espero que não tenha se importado de ter roubado um pouco. Eu a observei bebendo algumas vezes, é uma bebida muito perfumada. Fiquei curioso. - explicou com um leve sorriso.

- Claro que não me importo. Já que gostou, vou deixar essa caixa aqui pra você. Minha avó sempre envia bastante da Índia e tenho o suficiente em casa. Ia levar porque Alfonso achou o sabor meio forte e não pensei que outra pessoa usaria. - expliquei voltando a colocar a embalagem no armário.

- Obrigado. Sempre que preparar vou me lembrar de você.

Eu estava de costas para ele e fiquei desconfortável com suas palavras, ditas num tom tão sussurrante, que foi impossível não perceber as emoções por trás delas. Então, tentei quebrar o clima, brincando um pouco.

- Imagino que quando eu passar por aquela porta, fogos de artifício serão ouvidos a distância. A partir de hoje, o apartamento volta a ser um espaço exclusivamente masculino. Você vai poder voltar a andar a vontade por aí, com toda privacidade.

Ele deu um meio sorriso.

- Você é uma mulher muito discreta Anahí e, para seu conhecimento, nunca deixei de ser eu mesmo. Foi apenas por uma curiosa falta de oportunidade, que você nunca me flagrou saindo à vontade do banheiro.

Que espécie de quase cunhado é esse? Como conseguir ficar relaxada na frente dele, ouvindo essas coisas? Ainda bem que a sorte esteve do meu lado e nunca presenciei nenhuma cena parecida! Seria constrangedor demais. Hora de ser irônica.

- Realmente, depois de tal visão, iria ser muito difícil não ter pesadelos. - ironizei com um risinho e me encaminhei para fora da cozinha.

- Trégua, Anahí! - pediu sorrindo e com mãos erguidas. - Relaxe, só estava brincando. Proponho baixarmos nossas armas e aproveitar seus últimos momentos aqui em casa numa pacífica rodada de chá. O que acha?

Parei onde estava e por um momento fiquei em dúvida, sem saber como agir.

- Prometo me comportar. - afirmou percebendo minha indecisão. - Será que não pode me dar um voto de confiança? - quando ergui minha sobrancelha ele riu - Eu sei que pisei na bola, mas dessa vez serei um bom rapaz, acredite.

Bom rapaz e o Samuel Herrera na mesma frase parecia uma combinação impossível. Todavia, seu olhar tinha perdido aquela estranha intensidade desconfortável, substituída por um brilho amigável. Uma rodada de chá? Acho que podia lidar com isso.

- Sente-se. - pedi calmamente. - Vou preparar.

De forma obediente, ele se sentou na pequena mesa de dois lugares, retirando o paletó, afrouxando e retirando a gravata, desabotoando um pouco a camisa branca.

Preparei o chá num clima silencioso, mas descontraído.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora