Cap.36: Albúm de casamento

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— Parece que não precisei ir tão longe, não é mesmo? Aí está você, presa numa caverna que não consigo alcançar.

Fechei os olhos me sentindo miserável.

— O que aconteceu depois que você me fez essa promessa?

— Fizemos amor. — respondeu calmamente e abri os olhos.

Observei seu rosto, ele parecia muito controlado agora, bem relaxado na verdade.

— Vamos lá pro quarto. — falou de repente.

— Como é que é? — perguntei com o coração na boca, será que eu tinha me enganado com aquela sua aparência tranquila? Ele virou os olhos.

— Não estou te chamando para irmos pro quarto fazer o que está pensando. Ainda! — frisou ao final. — Acontece que preciso te mostrar uma coisa que está lá em nosso quarto e que acredito já seja hora de te mostrar.

Ele ficou de pé me estendendo a mão. Suspirei covardemente, segurei-a e me deixei guiar. No quarto, ele pediu que me sentasse na cama. Mesmo desconfiada, fiz o que queria. Christopher foi até o guarda-roupa e abriu uma gaveta, retirando de lá uma caixa grande. Veio em minha direção, segurando-a com cuidado.

— Isso chegou enquanto você estava em coma. E não poderia ter vindo em melhor hora. Durante aqueles dias, tornou-se grande fonte de consolo e esperança para mim. — ele parecia um pouco nervoso. — Desde que você chegou, estava procurando uma maneira de te mostrar sem que você ficasse chocada ou desconfortável. Depois do que me contou sobre seus sonhos e visões, acho que chegou a hora. — então ele me estendeu a caixa.

Ergui as mãos e peguei com cuidado. Coloquei a caixa à minha frente, em cima da cama, e olhei-a demoradamente. Era uma caixa branca, toda forrada de veludo. Na tampa, em dourado, estavam gravadas as letras D e C entrelaçadas.

— Abra. — incentivou baixinho.

Fiz o que pediu e me deparei com um álbum de fotos, cuja capa tinha a mesma inscrição da tampa e uma data. Era a data do meu aniversário!

— Isto não é um álbum de fotos de aniversário, não é? — perguntei passando os dedos pelas letras.

— Não.

— Nos casamos nesse dia? — perguntei surpresa.

— Sim. — outra resposta curta.

Abri o álbum num gesto rápido e a primeira foto quase me tira o fôlego. Numa praia paradisíaca, Christopher e eu estávamos de pé, de mãos dadas, olhando um para o outro em total adoração. Ele sentou ao meu lado.

Comecei a virar as páginas do álbum e em todas elas tudo o que pude ver foi amor, beleza, cumplicidade e uma felicidade sem limites, sem perceber que lágrimas silenciosas começaram a escorrer pelo meu rosto.

Até que chegou a última foto, mostrando um close do nosso rosto enquanto nos beijávamos. Fechei o álbum, cheia de pesar.

— Oh, Chris! — exclamei num soluço. — Lamento tanto!

Ao ver aquelas fotos, pude calcular melhor a extensão de sua dor, que inesperadamente descobri ser minha dor também. O destino tinha tramado uma cilada perigosa em nossas vidas, quase nos destruindo por completo. Quantas lembranças perdidas, quantos momentos mágicos levados pelo vento.

— Ninguém lamenta mais do que eu, meu amor. — afirmou passando a mão pelo meu rosto e abaixando a cabeça parecendo cansado, muito cansado. — Ah, desculpe, acho que você não gosta que eu a chame assim, não é?

Ele estava de cabeça baixa, coloquei minha mão em sua face, afagando-a carinhosamente.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora