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Desde que tinha saído do hospital, não tinha voltado a dançar por aconselhamento médico. Eles queriam que ficasse um tempo sem fazer nada que pudesse comprometer meu restabelecimento.
Mas somente agora, sentindo meus pés vibrando impacientes, me dava conta de como fazia falta viver esse lado da minha vida. Dançar para mim era quase uma segunda natureza, algo que vinha tão fácil e tranquilo como respirar, algo que era vital para manter meu equilíbrio.
Abri os olhos e com um movimento de quadril dei o primeiro passo. Deixei a música me dominar e comecei a me senti mais inteira. Ali não sentia mais medo, tudo o que sentia era perfeita segurança em meus passos e na minha vida, finalmente, me sentia mais Dulce.
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Já tinha perdido as contas de quantas pessoas me foram apresentadas e lá vinha mais um! Eu sorria, cumprimentava, puxava papo e, depois, mais outro.
Diretores, produtores, atores, já tinha esquecido o nome de pelo menos a metade deles e a Paola continuava a me puxar pelo braço, sempre encontrando mais alguém.
Eu estava realmente grato com a sua generosidade, apresentando-me a tanta gente importante. Não queria parecer grosseiro, mas esse ritual estava começando a ficar cansativo.
Reconhecia que Paola tinha me oferecido uma oportunidade única, porém, honestamente, aquilo já estava ficando chato e tudo o que mais queria era ficar com Dulce.
Ela estava particularmente linda naquela noite, seus olhos brilhavam misteriosos, como se escondessem um segredo. De vez em quando dava uma olhada para a nossa mesa e a via conversando com Anahí.
Pareceu-me um pouco preocupada e não gostei disso. Meu olhar correu por seu corpo parando em suas pernas, e automaticamente senti a sensação familiar de empolgação chegando.
Ela tinha esse poder sobre mim, fazer a adrenalina correr como fogo nas veias. Durante toda peça procurei me concentrar no meu personagem, nas minhas falas. Mas quando me dirigia à plateia, ela era a minha visão marcante.
E sempre a encontrava com aquele conhecido olhar atento, por vezes, carregado de emoção. Então eu sabia que podia continuar. Pois ela era meu ponto de equilíbrio, meu porto seguro, para onde eu sabia que sempre podia retornar e me sentir completamente em paz.
Olhava para Paola ao meu lado e o contraste era enorme. Dulce era de estatura baixa, ossatura delicada e quase sempre me lembrava um frágil passarinho. Mas eu sabia que por trás de toda aquela aparente suavidade, se escondia uma personalidade firme e energia de gigante.
Já Paola, apesar de magra, era uma mulher de grande porte, não tinha como não notar sua presença quando ela entrava num lugar, ainda mais com aquele jeito de se vestir e andar, toda cheia de produção e sofisticação.
Apesar de muito bonita e chamativa, definitivamente, ela não era o meu tipo de mulher. Além disso, não estava à procura de ninguém. Há muito tempo já sabia quem queria.
E esse alguém estava esperando pacientemente por mim, a poucos metros de onde me encontrava. Voltei a olhar para a nossa mesa. Vi apenas Alfonso e Anahí. Dulce não estava mais lá. Imaginei que poderia ter ido ao banheiro.
- O que você tanto olha? - Paola perguntou, se pendurando mais uma vez em meu braço.
- Minha esposa. - respondi distraído, olhando ao redor, mas virei para Paola, quando a ouvi dar uma risadinha.
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Mais Que Irmãos - 2° Temporada
FanfictionSinopse: Quando a mente se encontra na escuridão, deixe o coração ser seu guia. O amor de Dulce e Christopher foi eclipsado por um trágico acidente. Ela recebeu uma nova oportunidade do destino, porém não se recorda do grande amor de sua vida. Ele e...