Cap.14: vunerável a ele

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Maldita hora que fiz aquela promessa! - pensei. Estava no banheiro escovando os dentes para dormir, e o fazia com tanta força que cheguei a sangrar a gengiva. Enxaguei a boca e cuspi na pia, observando a espuma vermelha escorrer pelo ralo.

Lá estava eu, apavorada com a ideia de voltar para o quarto. E estava assim porque, em razão da minha promessa, estava obrigada a partilhar a mesma cama com Christopher.

- Maldição! - disse em voz alta.

Nunca poderia imaginar que "fazer parte da minha vida" incluísse dormir juntos. Quando sugeri que ele voltasse a dormir em seu antigo quarto, ele fez questão de me lembrar da promessa, inclusive ameaçando quebrar a dele, caso eu não cumprisse a minha. Chantagista! - pensei.

Ele era esperto e tinha me colocado contra a parede mais uma vez. Não me sobrou alternativa a não ser concordar. Por falar em ser colocada contra a parede, fechei os olhos e me lembrei da sua surpreendente declaração, seguida daquele ataque apaixonado.

Senti meu coração bater mais rápido ao recordar o gosto da sua boca, o calor do seu corpo pressionando o meu, suas mãos percorrendo a minha pele como se estivessem acostumadas a fazer isso. Ah! Ele tocava lugares que me faziam tremer, como se soubesse de cor onde eu era mais sensível.

- Controle-se, Dulce! - falei abrindo os olhos.

Olhei-me no espelho. Estava corada e os lábios tremiam ligeiramente. Meus olhos estavam assustados. Não estava acostumada a me sentir assim. Pelo menos, não me lembrava de sentir tão vulnerável a um homem.

Lembrei-me dele, do seu rosto, dos seus olhos castanhos, da sua boca, do seu cabelo... Droga! - pensei zangada. - Por que tenho essa vontade absurda de tocar o cabelo dele? Tremi novamente e senti o medo preencher meu peito.

Não gostava daquela sensação. Aquele pavor estava acabando comigo. Anahí tinha dito que quando acabasse esse medo eu conseguiria ouvir o que meu coração estava me dizendo. Mas como e quando eu conseguiria me livrar desse frio paralisante? Do que eu tinha medo? Dele? - pensei.

Talvez. Pensando melhor, eu não tinha medo dele. Ao contrário, lá no hospital, sua presença foi confortante e muito agradável, sentia grande alegria quando o via chegar, especialmente quando sorria pra mim. Ah! Ele tem um sorriso lindo! - pensei sentindo-me uma garota tola e impressionável.

Minha reação era a prova de que o perigo morava naquele sorriso, ou melhor, em toda aquela boca. Olhei para baixo e reparei que minhas mãos agarravam a pia com tanta força que estavam ficando brancas. Soltei-as bruscamente. Senti os joelhos trêmulos, batendo um de encontro ao outro como castanholas, no ritmo ditado pelo meu coração.

Oh, não! Como um raio, uma compreensão indubitável me atingiu. Eu não tinha medo do Christopher, tinha medo das reações que ele provocava em mim. Eu tinha medo de mim mesma.

Olhei mais uma vez minha imagem no espelho, analisando a roupa que tinha escolhido para dormir: um pijama de manga comprida xadrez azul de flanela que, com certeza, não tinha nada de atrativo, cobrindo todo o meu corpo.

Como o pijama era velho, dois ou três botões da blusa abriam de vez em quando. Então, para não ser pega desprevenida, vesti por baixo uma camiseta.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora