Cap.64: Observe-me.

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- Ter contatos na nossa profissão é imprescindível! Você sempre foi atencioso comigo e é tão talentoso! Por favor, Christopher, deixe-me ajudá-lo. - pediu muito entusiasmada.

- Puxa! - exclamou surpreso. - Seria maravilhoso! Com certeza, ter contatos é muito importante!

- Aceita, então? Ótimo! - falou exultante, antes de se dirigir a mim. - Dulce, não se importará se eu te "roubar" Chriszinho só um pouquinho, não é?

Paola e todos à mesa olhavam pra mim, aguardando uma resposta. Tinha que admitir, além de ser bonita, rica, cheia de classe e falsa, também era inteligente.

Óbvio que eu sabia, assim como o Christopher, que oportunidades como as que ela estava oferecendo eram maravilhosas para uma carreira de sucesso.

Conhecer as pessoas certas naquele meio significava mais oportunidades de trabalho e, talvez, a chance do estrelato. Então, contrariando a minha vontade e bom senso, fui obrigada a ceder.

Lancei um olhar cândido e respondi com voz doce:

- Desde que devolva o que é meu sem nenhum arranhão, não vejo problema.

Sorrimos uma para outra e tive certeza de que ela tinha entendido a mensagem. Piscou os olhos algumas vezes e passou a mão na franja, parecendo um pouco desconfortável com minha tenacidade.

Porém, a dissimulada não caiu do salto, no instante seguinte já se dirigia novamente ao Chris.

- Vamos?

- Prometo não demorar, amor. - falou me beijando levemente nos lábios, antes de levantar e acompanhá-la.

- Dulce, aquela mulher é perigosa. - Anahí falou séria, assim que se afastaram. - Ela é bonita, astuta e, para piorar, está completamente gamada no Christopher.

- Você também notou? - perguntei.

- Sim, quando ela desceu aquela escada parecia que carregava um letreiro em néon, dizendo: "Quero esse homem pra mim!". Cuidado e fique de olho! - avisou preocupada.

- Pode deixar, não vou perdê-los de vista.

Com a cadeira vazia ao meu lado, a festa pareceu perder parte do brilho. O tempo se arrastava e nada dele voltar. Continuavam circulando, falando ora com um ora com outro.

Algumas vezes, Christopher e eu trocávamos um breve olhar constrangido e descontente. Em determinado momento, vi que Paola segurou o braço dele enquanto conversavam com alguém.

Depois disso, ficou pendurada nele e não soltou mais. Vi tudo ficar vermelho. Quem aquela "naja" pensava ser para segurar o meu marido daquele jeito?

Ali entre o pessoal da alta sociedade, empresários e famosos era a arena dela, o lugar onde se movia com total desenvoltura e segurança, carregando o Christopher pra lá e pra cá, a seu bel prazer.

Não suportando mais aquilo, olhei para pista de dança onde várias pessoas dançavam. Uma súbita inspiração me atingiu. Também tinha a minha arena, um lugar onde me sentia completamente confiante e poderosa.

Se for guerra o que ela quer, é guerra o que ela vai ter. Levantei-me decidida.

- Aonde você vai? - Anahi perguntou curiosa.

- Observe-me. - foi tudo o que respondi.

Caminhei de ombros erguidos e com passos firmes até o meio da pista. Por um momento fechei os olhos sentindo a música, o ritmo, a batida, deixando tudo aquilo me invadir e tomar posse do meu corpo.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora