Cap.78: Uma vitória

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E nessa imagem, enquanto o Chris me possuía com toda delicadeza, dor e prazer se misturavam, mas não me importava, minha felicidade por finalmente estar com ele naquele momento não tinha limites, nossa primeira vez.

Por um momento, passado e presente se uniram nesse reencontro, o prazer me envolvendo em ondas gigantescas, a ponto de quase perder os sentidos.

Duas noites de amor, duas sensações, dois êxtases, duas Dulce's. Por um breve instante, nós duas nos encontramos, partilhando o mesmo homem. Mas assim como veio, ela também se foi.

Por um único momento perfeito, vislumbrei um pedaço do que era, retornando ainda incompleta, mas com uma única certeza. Agora eu sabia, como saberia para sempre, que cada pedaço de mim pertencia a ele, cada minúscula partícula, cada átomo estava ligado aos dele.

Não importava quantas tempestades vieram ou quantas ainda viriam, nossos destinos estavam para sempre interligados. Ontem, hoje, amanhã, sempre, eu era do Christopher, sempre do Christopher.

Pouco depois, na serenidade que se seguiu, tudo o que se ouvia era o ritmo de nossos corações, batendo como um.

- Abrace-me forte, pequena dançarina - murmurou a música em meu ouvido - Você se casou com o músico.

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Já viveu um momento em que queria que o tempo parasse, que a Terra deixasse de girar, que o relógio parasse de bater? Se tivesse que listar um dos momentos mais marcantes e inesquecíveis da minha vida, com certeza, esse faria parte e estaria próximo ao topo da lista.

Na verdade, se fosse mesmo fazer uma lista, em todos os momentos escolhidos Dulce faria parte. Fazíamos parte da vida um do outro há tanto tempo, que nossa parceria era indissociável.

Passei tranquilamente os dedos pelo seu braço. Não cansava de tocá-la, sentir o calor morno de sua pele, a suavidade e maciez de sua textura. Será que algum dia ela faria ideia do quanto essa experiência foi mágica? Inesquecível?

Tinha acabado de fazer amor com a mulher da minha vida, Dulce Uckermann, e nada poderia ter sido mais perfeito que isto. Talvez por Dul não se lembrar do que passamos, não compreenda exatamente a dimensão ou a proporção do que significa estarmos juntos e vivendo os nossos sentimentos.

Tínhamos enfrentado tanta coisa, tantas pessoas, até mesmo nossos pais até aceitarem nossa relação. Estarmos juntos e felizes tinha um delicioso sabor de vitória. Vitória do amor contra a ignorância, o preconceito, a intolerância e a discriminação.

Vitória contra quem se achava no direito de julgar, mesmo sem ter nenhum conhecimento de causa. Vitória contra quem se apregoava dono da verdade e por algum motivo que desconheço, achava que a vida era preta ou branca, e ignorava existirem múltiplos tons entre eles.

Mas o nosso amor não era uma vingança, de forma alguma. Nosso amor era como a chuva que cai em terra seca depois de uma longa estiagem. Nutrindo, perfumando, tornando fértil um mundo antes árido. Nosso amor era isso: vida, alegria, cor, sabor, toque, eu, ela, nós.

Amava aquela mulher da cabeça aos pés. Ainda estávamos deitados sobre o piano, naquele estado natural de preguiça que sucede o ato do amor. Dulce estava deitada de bruços ao meu lado, sua cabeça repousada nos braços dobrados.

Mais Que Irmãos - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora