04. hello, go away

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— pandora!

O silêncio fazia-se presente no gélido cômodo, levando Pandora a pensar cada vez mais que ter cedido completamente às suas intuições — pela primeira vez — não tinha saído da forma que queria.

O trio trocava olhares ansiosos entre si. A adolescente não sabia o que dizer e muito menos o que fazer naquele momento — afinal, não era como se ela tivesse planejado com antecedência.

— Então... — o homem mais velho começou. — Eu sou Ben Harmon. Esse, como provavelmente já sabe, é Michael Langdon.

— Langdon? — A Williams franziu a sobrancelha.

— Sim — o menino afirmou. — Por que?

— Nada importante. — A ruiva comprimiu os lábios, calculando mentalmente a idade que Michael aparentava ter para saber se seria possível ele ser relacionado a Tate. — Meu nome é Pandora, aliás. Pandora Williams.

Os olhos azuis do rapaz pareceram brilhar quando ela terminou de falar, como se as duas palavras fossem suas favoritas.

— Você também queria me matar? — inquiriu, inclinando a cabeça ao analisar a moça. — No sonho.

Pandora franziu o nariz e o encarou com certa confusão.

— Não, por que?

— Não tivemos o mesmo sonho, então — decidiu.

— Ainda é um pouquinho preocupante o fato de você sonhar que queria me assassinar.

— Com o que você sonhou, afinal? — Harmon interviu, antes que o mais novo pudesse respondê-la.

— Só me lembro de ter sido terrível — mentiu, ela se lembrava de todos os detalhes, mas sentia que eram pessoais demais para sair contando a desconhecidos que residiam em uma casa abandonada. — E então, mais tarde, isso apareceu no meu caderno.

Do bolso, retirou a folha amassada que continha o esboço da casa, formado com as palavras "Ajude Michael". Os outros dois juntaram as cabeças para poder ver o conteúdo do papel de perto.

— Eu não entendo o que isso significa — o Langdon disse, estreitando os olhos e puxando o desenho da mão de Pandora. — Me ajudar com o que, exatamente?

— Eu não tenho certeza — a ruiva admitiu. — Bom, eu pensei que talvez... — Suspirou. A conclusão que havia chegado parecia boba, mas ela recebeu olhares dos outros dois que a incentivaram a prosseguir. — Talvez Michael seja quem vai impedir que a catástrofe do meu sonho se realize.

Ben e Michael se entreolharam, agiam tanto como se fossem pai e filho, que ela quase achou que o loiro fosse realmente descendente de Harmon, mas logo descartou essa hipótese visto que o sobrenome de ambos era diferente e, fisicamente, não se pareciam em nada.

— Que tipo de catástrofe? — o de cabelos pretos questionou.

— Do tipo que destrói o mundo.

Diferente da maioria das pessoas, os dois não acharam que ela talvez tivesse um parafuso a menos ou fosse algum tipo de charlatã, eles não só acreditavam nela, como não pareciam nem ao menos se surpreender com as coisas que ela dizia, como se o sobrenatural fizesse parte do seu cotidiano.

Casa mal-assombrada, lembrou-se mais uma vez naquele dia.

— Você tem alguma ideia de como eu poderia fazer isso? — o rapaz questionou.

Ela negou com a cabeça.

— Para começar, eu nem sei o que vim fazer aqui — admitiu.

Grande ajuda — ele resmungou, cruzando os braços.

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonOnde histórias criam vida. Descubra agora