74. the asteroid that killed the dinosaurs

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— michael!

26 de Janeiro, 2018

Era mais um dia de limpeza no sexto andar. Michael e Pandora já estavam acostumados o suficiente com a rotina para não precisarem quebrar a cabeça para achar algo para fazer. A primeira opção era sempre a sala de cinema, mas quando o filme em questão era algum tipo de documentário ou drama tedioso, eles optavam pela sala de jogos.

Para privacidade, o Anticristo usava um tendão de sua magia para convencer qualquer pessoa que usufruísse a sala de que havia coisas melhores a fazer fora dali. Não havia uma vez sequer em que a Williams não comentasse que aquele era o melhor uso para poderes infernais.

Algo acontecera três dias antes. Michael não sabia dizer ao certo o que fora, mas no momento em que seus poderes se uniram, fora como se a sua alma fosse afetada para sempre. Como uma marca eterna, impossível de ser apagada.

Nenhum dos dois tivera a intenção de fazer aquilo. Simplesmente acontecera, sem avisos ou explicações.

— Eu odeio jogar esse jogo — Pandora reclamou, batendo com o controle de PS4 na sua própria coxa. Michael acabava de dar um fatality no avatar com quem ela jogava.

O Langdon abriu um sorriso maroto.

— Só odeia porque sempre perde para mim — provocou, apoiando o braço no sofá. Aprendera a jogar Mortal Kombat em um videogame velho que sua avó Constance possuía, e mesmo que o console antigo não se comparasse em nada ao PS4, os comandos de combate eram basicamente os mesmos. — Exatamente como xadrez.

Sua companheira beliscou seu braço.

— Não é nada como xadrez. Mortal Kombat, eu detesto porque você não me dá uma chance de atacar...

— Porque isso seria estúpido — o rapaz emendou. — E suicida.

Pandora fitou-o fatalmente por tê-la interrompido.

— Continuando... — rosnou entredentes. — Não gosto de MK porque não é justo jogar com você. Agora, de xadrez, não gosto porque é tedioso e insuportavelmente chato.

— Você não sabe do que está falando, Dora — Michael discordou. Ele desligou o videogame. — O que jogamos agora, então?

Um enorme sorriso surgiu naqueles lábios que ele tanto amava beijar.

— Campeonato de pingue-pongue — ela decidiu, sem demora para ficar de pé.

Michael assentiu em silêncio, acompanhando-a até a extensa mesa de pingue-pongue. Cada um pegou uma raquete, Pandora ficando com a bolinha.

— Pronta para perder?

Ela se posicionou para atacar.

— Somente nos seus sonhos perversos, lindinho.

Então fez seu primeiro saque, este que Michael revidou com sua raquete.

De um lado ao outro, a bolinha seguiu. Uma vez que ambos faziam uso de seus reflexos sobre-humanos, era bastante difícil marcar um ponto.

O rapaz acertou a bola com força, convicto de que marcaria seu primeiro ponto. Ele observou a pequena esfera branca quicar uma vez no seu lado da mesa e, quando estava prestes a passar pela rede que dividia a superfície, ela fez uma curva para baixo que desafiava todas as leis físicas possíveis, batendo mais de uma vez no lado dele.

O que significava um ponto para sua oponente.

— Você acha que eu sou burro, Pandora? — questionou, cruzando os braços ao mirá-la com severidade.

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonOnde histórias criam vida. Descubra agora