— michael!
26 de Janeiro, 2018
Era mais um dia de limpeza no sexto andar. Michael e Pandora já estavam acostumados o suficiente com a rotina para não precisarem quebrar a cabeça para achar algo para fazer. A primeira opção era sempre a sala de cinema, mas quando o filme em questão era algum tipo de documentário ou drama tedioso, eles optavam pela sala de jogos.
Para privacidade, o Anticristo usava um tendão de sua magia para convencer qualquer pessoa que usufruísse a sala de que havia coisas melhores a fazer fora dali. Não havia uma vez sequer em que a Williams não comentasse que aquele era o melhor uso para poderes infernais.
Algo acontecera três dias antes. Michael não sabia dizer ao certo o que fora, mas no momento em que seus poderes se uniram, fora como se a sua alma fosse afetada para sempre. Como uma marca eterna, impossível de ser apagada.
Nenhum dos dois tivera a intenção de fazer aquilo. Simplesmente acontecera, sem avisos ou explicações.
— Eu odeio jogar esse jogo — Pandora reclamou, batendo com o controle de PS4 na sua própria coxa. Michael acabava de dar um fatality no avatar com quem ela jogava.
O Langdon abriu um sorriso maroto.
— Só odeia porque sempre perde para mim — provocou, apoiando o braço no sofá. Aprendera a jogar Mortal Kombat em um videogame velho que sua avó Constance possuía, e mesmo que o console antigo não se comparasse em nada ao PS4, os comandos de combate eram basicamente os mesmos. — Exatamente como xadrez.
Sua companheira beliscou seu braço.
— Não é nada como xadrez. Mortal Kombat, eu detesto porque você não me dá uma chance de atacar...
— Porque isso seria estúpido — o rapaz emendou. — E suicida.
Pandora fitou-o fatalmente por tê-la interrompido.
— Continuando... — rosnou entredentes. — Não gosto de MK porque não é justo jogar com você. Agora, de xadrez, não gosto porque é tedioso e insuportavelmente chato.
— Você não sabe do que está falando, Dora — Michael discordou. Ele desligou o videogame. — O que jogamos agora, então?
Um enorme sorriso surgiu naqueles lábios que ele tanto amava beijar.
— Campeonato de pingue-pongue — ela decidiu, sem demora para ficar de pé.
Michael assentiu em silêncio, acompanhando-a até a extensa mesa de pingue-pongue. Cada um pegou uma raquete, Pandora ficando com a bolinha.
— Pronta para perder?
Ela se posicionou para atacar.
— Somente nos seus sonhos perversos, lindinho.
Então fez seu primeiro saque, este que Michael revidou com sua raquete.
De um lado ao outro, a bolinha seguiu. Uma vez que ambos faziam uso de seus reflexos sobre-humanos, era bastante difícil marcar um ponto.
O rapaz acertou a bola com força, convicto de que marcaria seu primeiro ponto. Ele observou a pequena esfera branca quicar uma vez no seu lado da mesa e, quando estava prestes a passar pela rede que dividia a superfície, ela fez uma curva para baixo que desafiava todas as leis físicas possíveis, batendo mais de uma vez no lado dele.
O que significava um ponto para sua oponente.
— Você acha que eu sou burro, Pandora? — questionou, cruzando os braços ao mirá-la com severidade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ME AND THE DEVIL ➸ michael langdon
FanfictionPandora Williams sempre odiou sua vida. Abandonada pela mãe com o pai misterioso que nunca fala sobre seu passado, ela jamais entendeu o que significa pertencer; se encaixar. Jamais teve um propósito. Em um dia que deveria ser tão normal quanto todo...