44. painful words

1.6K 189 745
                                    

— pandora!

Parecia um sonho. Um lindo, magnífico e delicioso sonho do qual Pandora jamais desejaria acordar.

Era estranhamente prazerosa a forma com a qual Michael parecia conhecer cada centímetro dela, como se soubesse exatamente do que ela gostava — coisas que ela sequer tinha imaginado. Na primeira vez que ele a levou ao prazer, ela assustou-se, pois nunca acreditara que poderia desfazer-se tão intensamente. Na segunda, quando o Langdon não conseguiu manter suas mãos para si e resolveu brincar com os pontos mais sensíveis da ruiva, ela teve de morder os lábios com força para não gritar seu nome novamente. Só então, pareceu entender o que Lilith dissera dias antes: sexo com Michael jamais poderia ser sexo, pois ela o amava mais que qualquer coisa.

Transar com ele era uma busca por prazer muito além do físico. Ele a completava de uma forma que ninguém nunca pôde.

Nem dinheiro, nem drogas, nem mesmo matar... Nada se comparava ao efeito que Michael Langdon tinha sobre ela.

Após se banharem juntos, se atiraram sobre a cama, permanecendo lá, em silêncio, por alguns minutos, apenas aproveitando a companhia um do outro antes que aquilo fosse tirado deles, como tudo era.

— Eu te vi — Pandora anunciou, depois de um tempo quieta. Michael apoiou-se nos cotovelos, a fim de lançar-lhe um olhar de sobrancelhas franzidas. — No Hotel Cortez... eu vi quando você levou Queenie.

Seus olhos azuis analisaram-na por uns segundos.

— Eu senti algo... Quando fui embora — revelou, levando as mãos ao rosto da Angemonium. — Você estava tão perto, como... Como é que eu não a vi?

Ela comprimiu os lábios, recordando-se daquele dia. Ele parecia tão distante, tão imerso em cumprir seu objetivo, que ela não quis se colocar em seu caminho — não como Lilith dissera que aconteceria caso fosse falar com ele.

— Por que foi lá, em primeiro lugar? — perguntou. Preferia não revelar seus receios e tentaria evitar, ao máximo, que ele perguntasse sobre o que ela fizera no tempo em que ficaram separados.

O rapaz deu de ombros, respondendo simplesmente:

— Eu queria provar algo. — Uma sombra passou pelo seu rosto e, tão rápido quanto surgiu, dissipou-se. — E você? O que estava fazendo naquele lugar horrível?

— Estava hospedada lá... com a minha mãe.

Michael arregalou os olhos, fitando-a com espanto. Ela compreendia sua surpresa. Até última vez em que se falaram, Lilith não passava da mulher que tinha abandonado Pandora, alguém que a ruiva não queria ver nem pintada de ouro.

— Você conheceu sua mãe?!

— Ela veio atrás de mim depois que... — A menina balançou a cabeça. A memória do que acontecera quase dois meses antes, quando Michael foi tirado dela por circunstâncias terríveis, ainda a machucava; tudo sobre aquele dia era apenas demais para que ela conseguisse lidar. — Eu realmente não quero falar sobre isso.

— E sobre o que quer falar? — o Anticristo questionou. — Tenho certeza que não veio aqui só para me dar o celular e, bem... foder.

A ruiva sorriu, mordendo o lábio inferior. Havia, sim, algo que precisava falar com ele, porém, quando abriu a boca para dizê-lo, toda sua coragem a deixou. Eles tinham tão pouco tempo juntos, ela temia que pudesse estragar aquilo falando sobre como se sentia — tanto em relação a ele, quanto em relação a si mesma e ao que fizera.

— Vamos falar sobre você — foi o disse ao invés do que estava entalado na sua garganta. — O que está achando daqui?

— Ah, até que não é tão ruim quanto eu pensava. — O Langdon revelou.

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonOnde histórias criam vida. Descubra agora