34. seven deadly sins

1.5K 197 528
                                    

— pandora!

Pandora até poderia ter considerado a história da Condessa Elizabeth como uma completa fantasia — se fosse um ser humano comum e, de preferência, são, era provável que o fizesse —, contudo sua própria vida era estranha e mirabolante o suficiente para que acreditasse em qualquer coisa que lhe fosse contada, mesmo que envolvesse vampiros, crianças imortais e muito — mas muito — sexo.

Uma semana já havia se passado desde o dia em que a Williams trocou confidências com Elizabeth e James March — que ouvia a conversa e fazia uma observação ou outra. A jovem ainda questionava se ter deixado Michael ir embora, sem dizer um "oi" sequer, teria sido a escolha certa; seu coração estava em frangalhos, causando-lhe ondas de frustração todas as vezes em que pensava no abraço que poderia ter dado nele, todavia, enquanto isso, seu cérebro insistia que vê-lo foi o suficiente para saber que o rapaz estava indo bem, que não era necessário que ela intervisse e acabasse por distraí-los de seus objetivos distintos. No fim, ela sempre chegava à conclusão de que não se arrependia de sua escolha, mesmo que, hora ou outra, acabasse se deixando levar por essa espiral de sentimentos.

Uma batida à porta foi ouvida, despertando a ruiva do filme Heathers, que assistia em seu celular. Ela revirou os olhos, sem saber se era pelo fato de alguém estar interrompendo uma cena maravilhosa com suas duas paixões de infância — Jason Dean e Veronica Sawyer —, ou porque esse alguém era Lilith.

— Pode entrar. — Pausou o longa-metragem, dando uma última olhadela na personagem da incrível Winona Ryder antes de, enfim, encarar a mulher que adentrava o seu quarto.

— Anime-se, tenho boas notícias para você! — a loira anunciou, fechando a porta atrás de si.

Super animada — Pandora disse, mas seu tom era monótono. — O que foi?

— Bem, eu considerei algumas coisas e... — Fez uma pequena pausa, dando à Williams uma expectativa maior que a que queria demonstrar. — Você está pronta.

Pronta? Para que? Espera... O ritual!

— É sério?! — A tentativa da adolescente de esconder sua empolgação falhou miseravelmente, visto que seus olhos esbugalharam-se e sua voz atingiu um tom diferente do comum.

Era verdade, porém, que ela estivera ansiando por aquilo há um bom tempo, antes que soubesse tivesse conhecimento sobre a existência de tal ritual, antes mesmo de realmente saber que havia uma parte sua que precisava ser libertada. Não era novidade que ela sempre sentira algo faltando e, agora que ouvia a mãe dizer que ela estava pronta para deixar essa sensação de lado, parecia impossível conter seu entusiasmo, ainda que tentasse.

— Então... — Suspirou, tentando acalmar sua respiração. — O que tenho que fazer?

Lilith sorriu de lado, como se estivesse ansiando para responder essa pergunta desde a primeira vez que olhou a filha.

— É bem simples, levará apenas sete dias.

— Sete dias? — mais nova indagou, alarmada. — Esperava que fosse durar algumas horas. Uma noite, no máximo.

O demônio balançou a cabeça, sorrindo.

— Quem me dera fosse tão simples — exprimiu. — Tem de ser sete dias, cada um para um pecado capital.

Pandora engasgou-se com o ar.

— Você disse "pecado capital"?

A mulher aquiesceu.

— Essa barreira que há em você foi feita por mãos angelicais, mantendo tudo de profano preso e assegurando à esse tal lacre uma certa... Santidade. — Lilith fez uma expressão de nojo. — E, bem, qual a melhor forma de corromper algo senão com atitudes pecaminosas em larga escala?

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonOnde histórias criam vida. Descubra agora