32. living friends

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— pandora!

— Então, vocês dois estão mortos — Pandora observou, sentando-se à mesa.

— De fato, estamos, minha querida — James confirmou, pegando uma garrafa de vinho e servindo a taça vazia de Lilith. — Somos fantasmas.

Quando foi servir Pandora também, a menina colocou a mão sobre a taça.

— Sou menor de idade. — Sorriu, nervosa.

— Ela é tão fofa — a Condessa comentou. Seu tom de voz sempre era sugestivo, sensual, mesmo que não tivesse a intenção. — Tem certeza que é sua filha, Lilith?

— Herdou a ingenuidade do pai, é o que temo — a mulher replicou, tomando um gole da sua bebida. — Tão certinha... Imaculada.

— Você fala como se eu não estivesse aqui — a menina ressaltou, piscando incisivamente.

O Sr. March tornou sua atenção à ela, sorrindo sem mostrar os dentes.

— Então, minha cara, conte-nos mais sobre você — pediu. — Estou sentindo demasiada curiosidade sobre sua essência. Sabe, eu tenho uma rara habilidade, como deve ter notado, de enxergar a aura daqueles que me cercam.

"A sua, porém, é diferente de qualquer uma que já vi. Majestosa, mas, ao mesmo tempo, reprimida. Pergunto-me o que aconteceria se estivesse em seu total potencial".

— Faço a mesma pergunta há um bom tempo, caro Sr. March — Sorriu, voltando o a encarar a sua mãe. — A única razão para eu estar acompanhado Lilith, aliás, é ter a minha resposta.

— Creio que as terá em breve — Elizabeth assegurou, virando-se para Pandora. — Desde o momento em que entrou aqui, pude sentir o poder que emana. Não há nada que não possa fazer.

— Só precisa do estímulo certo — James completou, bebericando o vinho da sua taça.

— Exatamente — Lilith concordou, lançando uma piscadela à filha. — O estímulo certo.

— michael!

Ainda que Michael soubesse que não era um mago, depois de um mês na Hawthorne, teve de se afundar em mentiras para tornar seu disfarce convincente. Ariel Augustus, o conselheiro-chefe, parecia convencido de que o Langdon havia sido profetizado e estava destinado a ser o primeiro homem a se tornar um Supremo — pelo que o garoto tinha entendido, magos e bruxas eram liderados por alguém que conseguisse passar pelas Sete Maravilhas e, aparentemente, a testosterona inibia o poder dos magos, impossibilitando a existência de um Supremo homem. Em suma, seus companheiros na escola ansiavam pelo dia em que um deles — o Alfa, como chamavam — pudesse passar nas Sete Maravilhas.

Menos de dois dias atrás, Michael havia sido testado pelos seus superiores. Pelo que os homens lhe explicaram, sua magia excedia o normal para um iniciante, como ele, então, acharam necessário descobrir o nível no qual o rapaz se encontrava. Depois de algumas etapas, não hesitaram em anunciar o Langdon como um Nível Quatro, o mais alto dos níveis.

Aquilo, felizmente, concedeu a Michael incríveis benefícios, como uma suíte própria. O menino estivera desejando aquilo desde que chegara ao lugar.

— Michael! — O Langdon andava pelos corredores iluminados à luz de velas, decidido a voltar ao seu quarto, quando Jake Dyer, seu antigo colega de quarto, chamou sua atenção.

— Jake. — Acenou com a cabeça, cumprimentando-o. O convívio com outros adolescentes humanos do sexo masculino afetou seu comportamento, amadurecendo-o, de certa forma.

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonOnde histórias criam vida. Descubra agora