35. pride

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— pandora!

— Então, vaidade é o primeiro... — a Williams observou. Assim que acordou, no dia seguinte ao ritual, após uma turbulenta noite de sono, com pesadelos dos quais mal se lembrava, Lilith insistiu em arrastá-la até um salão de beleza.

— Sim, e é claramente uma coisa que falta em você. — A mulher abriu a porta para o empreendimento. Era um local chique, iluminado pelas imensas janelas e portas de vidros. Na sua clientela, era possível notar que se destacavam as madames e sub celebridades de Hollywood.

Com seu par de jeans surrado e seu moletom largo do Incrível Hulk, a jovem sentiu-se desfalcada ali. Nunca tinha ido a um salão de beleza, muito menos um tão chique como aquele.

— Boa tarde. — A secretária era forçadamente simpática, coisa que não impediu Pandora de notar seu olhar desaprovador sobre sua roupa confortável, porém nada elegante. — Nome?

— Pandora Williams — respondeu, sorrindo nervosa. Não via como aquilo, possivelmente, ajudaria-a com seus poderes, mas teria de confiar em Lilith dessa vez.

— Ah, corte de cabelo, manicure e pedicure — a mulher anunciou. — Sente-se um pouco, o Sr. Gallant logo estará livre.

A jovem assentiu com a cabeça, sentando-se sobre a confortável poltrona. Salões eram tomados pelos sons dos barulhentos secadores e bocas que nunca se calavam, coisa que incomodou a Williams, tendo em vista que nunca estivera acostumada com aquele ambiente.

— Não vai fazer nada? — questionou à mãe, referindo-se aos serviços providos pelo salão de beleza.

— Já sou perfeita — afirmou com naturalidade. Por mais que quisesse negar, a mais nova sabia que, fisicamente, o demônio que a acompanhava era impecável.

— Isso implica que não sou? — A ruiva arqueou a sobrancelha.

— Você precisa de um upgrade, isso sim! — a mulher exclamou. — Você é uma das criaturas mais bonitas existentes na superfície, eu me certifiquei disso quando nasceu.

A adolescente comprimiu os lábios. Da forma que Lilith expunha seus pensamentos, quase parecia à Pandora que a mãe tivesse controle sobre sua aparência, como se a tivesse projetado.

— Beleza não é tudo.

— É verdade, não é tudo. — A loira meneou com a cabeça. — No entanto, ainda é algo. Digo, pode não ser tão importante quanto o que está dentro de você, mas ajuda a externar a sua essência. Você deve sentir-se bem consigo mesma por inteiro; fora e dentro, aparência e personalidade.

— Que discurso feminista de auto-ajuda foi esse?

Ela lançou-lhe uma piscadela.

— Eu fui a primeira feminista do mundo, o que mais você esperava?

Logo em seguida, um homem aproximou-se das duas. Seus cabelos eram curtos e platinados, ele usava roupas extravagantes e acessórios incomuns. Parecia do tipo simpático, mas, ao mesmo tempo, metido. Ele era estranhamente familiar, ela apenas não conseguia se lembrar de onde.

— Então, o que temos para hoje? — Correu os olhos de Lilith para Pandora, dando uma boa analisada na garota. — Uh, essa tem potencial, mas vai dar trabalho.

— O que eu venho dizendo a mim mesma há dezesseis anos — o demônio comentou, recebendo um olhar irritado da filha.

— Venha, vamos dar um trato nesse cabelo — o cabeleireiro disse, praticamente puxando-a do sofá e acompanhando-a até uma das cadeiras vazias, de frente para um espelho ridiculamente iluminado.

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonOnde histórias criam vida. Descubra agora