71. no winners game

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— pandora!

O coração de Pandora parecia bombear lava líquida em suas veias ao invés de sangue. Uma camada de suor cobria seu corpo quando Michael despencou ao seu lado, a respiração ruidosa sendo como uma canção aos seus ouvidos. Seu corpo estava exausto, as pernas mais pareciam gelatina, mas sua mente trabalhava na velocidade da luz para assimilar o que havia acontecido.

O Anticristo era como um veneno de sabor doce e viciante, com o qual a jovem se deixou deliciar, mesmo sabendo que estaria lentamente contribuindo para sua própria morte.

Não haveria volta, fora o que o Langdon dissera. E apesar dos riscos, a jovem não queria que houvesse. Ela soubera que tinha assinado a própria sentença quando o beijara mais cedo, e a consumado com tudo o que se seguira. Sabia que aquela missão já estava fracassada desde o momento em que a Suprema queimou Miriam Mead na fogueira, talvez até mesmo antes disso, portanto não sobrava nada além de aproveitar o tempo que ainda lhe restava ao lado do rapaz que amava tão intensamente.

— Achei que tivesse sido sua primeira vez. — Pandora arfou, passando a mão pelos fios ruivos grudados à testa.

— E foi. — Com o canto dos olhos, ela observou-o abrir um sorriso lupino, conforme seu peito subia e descia com o esforço de estabilizar sua respiração. — Eu aprendo rápido.

A híbrida se permitiu rir, não resistindo em se arrastar para mais perto dele, colocando a mão sobre o seu peitoral. O coração de Michael pulsava com força contra sua palma aberta, demorando um certo tempo para voltar ao ritmo comum. Não havia mais motivos para evitar contato, não depois de tê-lo dentro de si poucos minutos antes.

— Não pode aprender tudo em meia hora — ela retrucou.

Desta vez, foi ele quem riu.

— Tenho total controle sobre meu corpo, o que é de grande ajuda — explicou, entrelaçando sua mão com a da ruiva que estava livre. Ele levantou o olhar em sua direção, luxúria parecendo transbordar pelos aros turquesa que decoravam sua pupila. Sua voz não foi mais que um sussurro rouco quando completou: — E eu venho planejando o que fazer com você há muito, muito tempo.

Todos os pelos do seu corpo se eriçaram com as palavras ditas tão perto do seu rosto. Mesmo depois de tudo o que haviam feito, não conseguiu evitar o rubor que tomou conta de suas bochechas.

— Foi o suficiente para saciar essa vontade? — Ela arqueou a sobrancelha de maneira sugestiva.

Michael levou sua mão livre ao rosto dela, delineando seu queixo com o dedo. Seus olhos a devoravam sem discrição agora que ele possuía seu consentimento e reciprocidade.

— Não acho que eu jamais teria o suficiente de você, Pandora.

Desta vez, a chama que queimou em seu interior foi aconchegante como uma lareira em uma noite de inverno, diferente daquele fogo ardente que a devastava como um incêndio. Ela inclinou-se para perto dele, dando-lhe um breve beijo na boca, e então outro.

— Vou tomar um banho agora — avisou, descendo a mão pelo abdômen do Anticristo. — Já vai pedindo o jantar. Eu vou querer comer o que você for querer... — Quando a sobrancelha dele se levantou, ela apontou o indicador em seu rosto de maneira ameaçadora. — E não ouse fazer uma piadinha suja sobre me querer, porque eu vou te dar um tapa.

Ele ergueu-se, apoiando o tronco nos cotovelos.

Você? Dar um tapa em mim? — Riu com escárnio. — Ah, Dora, Dora... nós dois sabemos que você prefere quando é o contrário.

Seu rosto ardeu violentamente e Pandora invejou a habilidade do rapaz de controlar reações vergonhosas como essa.

— Idiota pervertido — ela rosnou, segurando o rosto dele e empurrando-o de volta contra o travesseiro. Depois, enroscou-se no lençol, levantando da cama.

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonOnde histórias criam vida. Descubra agora