24. the real monster

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— pandora!

Pandora estava à beira do que seria mais um colapso nervoso.

Se tornava cada vez mais difícil lidar com seus sentimentos por Michael. Tudo o que ela queria era poder contá-lo, tirar todo aquele peso de si e dizer em voz alta o quanto o amava. No entanto, teve que fazer uso de toda a sua força de vontade para evitar qualquer deslize; um toque a mais seria o suficiente para que caísse na tentação e ela não poderia se dar ao luxo de perder o controle.

— Esse filme é melhor que Meninas Malvadas? — Michael inquiriu, analisando a tela do notebook que estava sobre o colo de Pandora.

Os dois estavam sentados no sofá, lado a lado, conforme a Williams buscava pelo arquivo com filmes de 1990 em busca de As Patricinhas de Beverly Hills, mais um dos seus filmes favoritos.

— Adoro os dois — ela respondeu, passando os olhos pelos arquivos. — Mas esse aqui tem o Paul Rudd e eu amo o Paul Rudd.

O Langdon ficou estranhamente emburrado depois do seu último comentário.

Eu amo o Paul Rudd — repetiu em um tom infantil, fazendo uma careta.

A ruiva comprimiu os lábios, se segurando para não rir.

— Você não está com ciúmes de um ator, está? — Ergueu a sobrancelha, desviando completamente o foco do computador e fitando o rosto dele. — Porque isso seria muito besta.

— Eu não estou com ciúmes, você que é paranóica — ele resmungou, evitando olhar nos seus olhos.

— Aí eu te chamo de criança e você acha ruim — a Williams brincou, com um sorriso zombeteiro decorando seu rosto ao passo que tornava a mirar a tela do computador.

Ela selecionou o filme e ele se iniciou. Menos de dez minutos depois, apareceu uma notificação avisando que a bateria estava acabando. Pandora bufou e levantou-se, entregando o notebook a Michael e murmurando que voltaria logo.

Sabia que Violet havia acatado o conselho que tinha recebido cinco dias atrás, pois o espírito deixou um bilhete de "obrigada" sobre o computador na primeira vez que o usou. Contudo, a Williams não fazia a menor ideia de onde a Harmon teria guardado o carregador.

Ou seja, teria que achá-lo.

O primeiro lugar onde procurou foi o seu quarto, mas o objeto não estava em nenhuma das gavetas. Então, seguiu para o quarto que anteriormente era de Michael — já que agora eles dormiam juntos, visto que era a única forma de evitar pesadelos recorrentes nas noites da menina.

Ela procurou embaixo da cama e nos armários, quando não achou, abriu a gaveta do criado-mudo ao lado da cama e, enfim, achou o cabo que tanto procurava. Quando foi pegá-lo, sentiu algo no fundo da gaveta. Curiosa, não resistiu à tentação de ver o que seria aquilo que estava guardado tão profundamente.

Puxou, então, o que seria um objeto feito de látex. Observou-o, vendo que se tratava de um traje.

O traje de látex, pensou, lembrando-se de quando Ben contou-lhe a história de como Michael fora concebido.

Havia uma energia negativa naquela roupa, era quase como se ela pudesse sentir todas as coisas horríveis que foram feitas enquanto era usada. Engoliu em seco, sentindo-se levemente nauseada.

— O que está fazendo? — Ouviu uma voz masculina perguntar, atrás de si. Não era a voz de Michael e nem a de Ben, o que fez um arrepio percorrer a sua espinha.

Ela já imaginava de quem se tratava e, quando se virou e viu o autor da voz — um menino alto, de cabelos loiros e roupas largas —, soube que não restavam dúvidas: aquele era Tate Langdon.

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonOnde histórias criam vida. Descubra agora