51. welcome to mrs. robichaux academy

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— pandora!

14 de março, 2017

Gradativamente, os sentidos de Pandora foram voltando. Primeiro, veio o tato, fazendo-a sentir uma superfície macia sob si, assim como uma agulha em seu braço; em seguida, a audição, pela qual conseguia reconhecer o característico som de um ar-condicionado e um bip-bip constante e estridente; seu olfato e paladar não lhe revelaram nada que pudesse ajudá-la a se situar; por fim, sua visão retornou, fazendo com que a jovem quase se cegasse frente à ofuscante luz branca do local em que se encontrava.

Por um segundo pensou ter morrido e achado a luz, mas desconsiderou esse pensamento quando se lembrou sobre as sete pessoas cujas vidas ela tinha tirado antes de perder a consciência. E, também, ela duvidava que o Paraíso possuísse um barulho insuportável como aquele ''bip-bip'' que ouvia.

Se é que ele existisse.

A Williams piscou algumas vezes, acostumando sua vista ao ambiente extremamente iluminado e exageradamente branco. Ela tentou cobrir os olhos com a mão direita, mas esta estava presa por algo metálico.

A jovem franziu o cenho, olhando na direção da sua mão. Sua vista estava turva, mas ela conseguiu discernir o que via: sua mão, presa a uma cama de hospital por uma algema.

A ruiva desesperou-se, sentando-se de imediato e sentindo sua cabeça girar por conta do movimento brusco. Aquela algema esmagava seu pulso.

— Calminha aí, menina — uma voz masculina a advertiu. A ruiva piscou os olhos em sua direção, enxergando um homem por volta dos seus quarenta anos e de cabelos castanhos. Não foi a caixa de rosquinhas que segurava que chamou a atenção de Pandora naquele momento, mas sim o que vestia: o uniforme da polícia de Los Angeles.

Naquele momento, ela soube: estava ferrada.

— Quem... — Ela estava sem ar, assustada, confusa e incapaz de formar uma frase completa.

— Pandora, você acordou! — uma voz familiar exclamou. A garota se virou para a porta do quarto hospitalar, vendo o pai se aproximar dela, trajando o seu jaleco.

— Pai... — ela balbuciou, afobada. — O que... Como...?

— Pandora, calma, respira — ele pediu, parando ao lado da cama da filha. — Houve um acidente na floresta, não se lembra?

Acidente.

Lágrimas começaram a escorrer pelos seus olhos, como se aguardassem aquele momento para fazê-lo.

— Eles estavam tentando me matar — ela explicou-se, com a voz quase inaudível sob os soluços. — Eles iam me matar, eles iam!

Gabriel segurou o rosto da filha com ternura, fitando-a com seus olhos tão parecidos com os dela.

— Eu sei, eu sei — afirmou, em tom baixo e calmo. — Tenta respirar, por favor.

Ela não conseguiu fazer o que o pai pedia.

— Por que estou algemada? Eles vão me prender?

Quem respondeu, porém, foi o policial que estivera sentado em uma poltrona próxima à cama de Pandora:

— Não se preocupe, menina, ninguém vai te prender. — Ele levantou-se, deixando a caixa de doces de lado. — As algemas são apenas questão de segurança.

Então, Gabriel segurou sua mão e ela conseguiu respirar novamente, aliviada. Ainda sentia as lágrimas molharem seu rosto.

— Por quanto tempo eu fiquei apagada? — ela indagou ao pai.

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonOnde histórias criam vida. Descubra agora