28. jail break

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— pandora!

— Pode me soltar agora? — perguntou, impaciente.

Angeline Hopps riu, encarando-a com diversão. Quando chegara à delegacia, os policiais tiveram uma postura ofensiva em relação à Pandora — a garota admitia, porém, que isso era, em partes, sua culpa. No entanto, a detetive Hopps fora mais compreensiva, convencendo-os a entender que a Williams era só uma adolescente preocupada, não havia porque querer levá-la sob custódia por gritar no meio da delegacia. Em seguida, a mulher explicou que estava acostumada com situações assim e que, por vezes, pessoas tornavam-se demasiado calorosas quando os oficiais lhe negavam informações.

Entretanto, isso não a impediu de algemar a mão direita de Pandora à uma cadeira próxima à sua área de trabalho, alegando que a jovem precisava aprender uma lição.

A sala de espera da delegacia estava barulhenta; policiais corriam de um lado para o outro, tentando resolver a morte do detetive que tinha interrogado Michael. Aparentemente, pelo que a garota pôde ouvir, a cabeça do homem fora, de forma curiosa, explodida. Os policiais não pareciam achar que o Langdon tinha sido o responsável, o que a deixava — mesmo que minimamente — aliviada. Contudo, ele ainda era acusado pelo crime que o colocou ali em primeiro lugar — crime este que nenhum policial quis revelá-la.

— Vamos lá — a Williams resmungou, manhosa. — Minha mão está formigando.

Poderia facilmente se soltar usando seus poderes, mas 1) não seria inteligente usá-los em público, principalmente depois do que aconteceu com o detetive durante o interrogatório de Michael, 2) não tinha a menor ideia do que fazer caso conseguisse, de fato, se soltar.

— Você chegou aqui com um mapa sujo de sangue, agrediu policiais e causou um tumulto — a Hopps listou, usando os dedos para enumerar. — Use esse tempo para pensar nas suas ações.

— Primeiro, o sangue no mapa é meu, eu cortei o dedo. — Levantou o indicador, sua ponta envolta por um band-aid de Star Wars. — Segundo, se tivessem, pelo menos, me dado informações sobre o porquê de Michael estar aqui, nada disso teria acontecido.

— Olha, eu entendo a sua preocupação com seu namorado, mas nós temos regras a seguir aqui.

— Ele não é meu namorado — a ruiva resmungou, descruzando as pernas e cruzando-as de novo, de modo que a direita ficasse por cima dessa vez. — E regras são feitas para serem quebradas.

— Não, não são — a detetive assegurou, olhando a ruiva de cima a baixo. — Você precisa desse momento de reflexão mais do que imaginei.

A Williams revirou os olhos, sorrindo de lado. Precisava descobrir o porquê de Michael estar preso naquele lugar e, mais importante, conseguir tirá-lo de lá. Queria que tudo fosse simples o suficiente para que ela pudesse simplesmente pôr aquele lugar abaixo e arrastá-lo de volta para casa, mas sabia que isso seria estupidamente irresponsável. Os dois já tinham criaturas sobrenaturais e seres divinos para tirar sua paz, não precisavam ter a polícia os perseguindo também.

— Olha, não importa a acusação, eu sei que Michael é inocente — garantiu, umedecendo os lábios.

— O que te leva a pensar isso?

— Eu sou vidente e telepata. — Deu de ombros, lembrando-se de ouvir o Langdon repetir as palavras "não fui eu" no sonho que teve. — E, mais importante que isso, eu o conheço melhor do que ninguém. Garanto que não foi ele.

Pelo menos, não voluntariamente, completou na sua cabeça. Lembrava-se de Vivien dizendo sobre Michael parecer alterado na noite anterior; possuído.

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonOnde histórias criam vida. Descubra agora