15. put your head on my shoulder

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— michael!

O tão esperado final de semana chegou. Michael estivera completamente ansioso para esse dia e a culpa era, sem dúvidas, de Pandora.

A garota ficou a semana inteira falando sobre como passariam o sábado todo vendo filmes da Marvel e insistiu que ele amaria a trama, o que fez com que o Langdon ficasse com uma imensa expectativa, só não sabia dizer se era por conta dos filmes, ou da ideia de passar um dia inteiro com a Williams.

— Você parece estar se irritando menos com ela. — Ben analisou o jovem. — O que mudou?

Depois do incidente com Nora, não demorou muito até que Michael voltasse a conversar com o Harmon, pois percebeu — com a ajuda de Pandora — que não possuía motivos para nutrir raiva do homem, que parecia fazer de tudo para vê-lo bem.

— Eu não sei — disse, alisando a calça de moletom que usava. — Aquela sensação que me mandava detestá-la ainda está aqui dentro. — Apontou para o próprio peito. — Eu só parei de dar atenção.

— Isso é muito bom, mostra que está tendo controle sobre suas ações — o fantasma proferiu, abrindo um sorriso. — Conseguir ignorar esses instintos prejudiciais tira o poder deles sobre você.

O Langdon piscou algumas vezes, absorvendo o que o psiquiatra havia dito. Se ele estivesse realmente certo, aquilo significava que o garoto estava, de fato, fazendo progresso. Talvez ele não estivesse fadado a ser um monstro eternamente, afinal.

E então, ouviu o som da porta de entrada sendo aberta. Nenhum dos dois assustou-se, pois foram avisados por Pandora que ela chegaria antes das onze da manhã naquele dia. Não muito tempo depois, sua voz foi escutada pela casa.

— Michael, me ajuda aqui — exclamou e, logo em seguida, veio o som de algo caindo. — Merda!

O rapaz franziu o cenho, levantou-se e caminhou até a entrada, onde encontrou Pandora equilibrando algumas sacolas de compra e encarando um balde de pipoca vazio que estava caído no chão.

— Por que não usa seus poderes para tentar não derrubar as coisas? — ele indagou, abaixando-se para pegar o balde.

— Você sabe que eu ainda não sei controlá-los — explicou.

— Está na hora de aprender, não acha? — O loiro pegou algumas das sacolas que ela segurava com dificuldade, ajudando-a.

A Williams deixou um suspiro de alívio escapar, ajustando sua mochila sobre as costas e jogando os cabelos para trás, deixando seu pescoço alvo à mostra. Não era como se ver seu pescoço fosse algo extraordinário, mas ele não conseguiu deixar de reparar.

— Tente não babar, pervertido — ela advertiu, demonstrando que a sua olhadela não passou despercebida.

O menino não disse nada, apenas desviou o olhar e pôs-se a andar em direção à cozinha, colocando as compras sobre o balcão.

— Você gosta de pipoca? — Pandora inquiriu, tirando uma embalagem de pipoca de microondas de uma das sacolas.

— Acho que sim — ele murmurou, pois não se lembrava do gosto, mas lembrava de comer bastante quando era mais novo. — Eu ainda não sei como seu pai não desconfia que tem algo de errado com você.

— Michael, ele não perceberia se eu perdesse um braço. — Ela riu, mas não havia humor em sua risada.

Não demorou muito até que todas as compras estivessem guardadas e a pipoca, dentro do balde de plástico que Michael segurava.

— Eu consegui levitar uma cadeira ontem — a Williams contou, depois de um longo momento em silêncio.

— É sério?

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonOnde histórias criam vida. Descubra agora