22. night terrors

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— pandora!

Por mais cansada que Pandora estivesse — física e emocionalmente —, dormir estava sendo uma tarefa extremamente complicada. Todas as vezes que fechava os olhos, ouvia vozes desesperadas; gritos. Essas vozes culpavam-na por suas mortes, diziam que era a responsável pelo Apocalipse acontecer, que deveria tê-lo impedido.

Assim como no sonho que começou tudo.

Quando abriu os olhos, tudo o que ouvia era o som da sua respiração descompassada, as vozes tinham cessado.

Maldita casa e sua energia infernal, pensou com amargura e virou seu travesseiro, para que pudesse deitar no lado mais fresco.

— Pandora — uma voz familiar a chamou e ela se virou para o lado, vendo o garoto de cabelos loiros e olhos incrivelmente azuis que atormentava a sua mente.

— Michael? — Franziu o cenho, não se lembrava de tê-lo visto adentrar o cômodo.

Ele a encarou de uma forma estranha, fria. O brilho que seus olhos tinham quando a olhava havia sumido, junto com qualquer resíduo de afeição. Isso fez seu estômago se revirar.

— Qual é o seu plano? — inquiriu, aproximando-se da cama.

— Que plano? — A ruiva ergueu a sobrancelha e piscou algumas vezes, confusa. — Do que está falando?

— O plano para me matar.

Imediatamente, Pandora sentou-se na cama, encarando-o com incredulidade.

— Você pirou?! — perguntou com um grito. — Eu já falei que não vou te mat...

Antes que pudesse finalizar o que estava dizendo, o Langdon avançou contra ela, subindo sobre seu corpo e prensando-o novamente contra a cama. Em conseguinte, usou das mãos para envolver o pescoço da Williams, de forma que ela mal conseguisse respirar.

— Eu sei que você vai me matar. — Apertou ainda mais as mãos contra a garganta da menina, que tentou, ineficazmente, empurrá-lo para longe. — Por isso, vou te matar antes.

Michael. — Fez um esforço para respirar, mas não conseguiu.

A jovem sentiu que estava ficando tonta, viu o quarto girar e, quando achou que tudo fosse ficar preto, ela acordou com um sobressalto.

Apavorada e trêmula, passou a mão pelo pescoço; estava ileso. Em seguida, percorreu os olhos pelo quarto; nenhum sinal de Michael. Tinha sido um pesadelo.

Por enquanto, uma voz disse em sua cabeça, assustando-a. Sentia que já tinha a ouvido antes, mas não conseguia ligá-la a nenhum rosto. Quanto tempo acha que vai levar até isso realmente acontecer?

A adolescente trincou o maxilar, balançando a cabeça. De quem quer que fosse aquela voz — fantasma, anjo, demônio ou sua própria consciência —, faria de tudo para ignorá-la.

Quanto tempo você acha que vai resistir?, a voz tornou a dizer. Quer mesmo ser a culpada pela morte de todas essas pessoas só para manter seu namoradinho?

— Vai se foder — rosnou.

Era verdade que Pandora não fazia a menor ideia do que seria da sua vida dali em diante, mas tinha certeza de uma coisa: nada envolvia a morte de Michael.

Nunca envolveria.

— michael!

Na semana que tinha se passado, Michael não sabia o que sentir.

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonOnde histórias criam vida. Descubra agora