16. no family, no friends

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— pandora!

Pandora estava consideravelmente feliz naquele dia. Era notável que Michael gostava dela e não via mais a sua presença como um infortúnio, então a garota poderia dizer com todas as letras que haviam dado um grande passo para sair da relação agridoce que tinham e passar para uma pseudo-amizade — ou o que quer que aquilo fosse.

Depois de dançarem por alguns minutos, a música cessou e a dupla desandou a conversar novamente sobre suas opinões sobre os filmes assistidos e seus personagens favoritos; Pandora gostava mais de Bucky Barnes e Tony Stark, enquanto Michael preferia Loki e Natasha Romanoff. A Williams não tinha o que reclamar da sua companhia; o rapaz era, sem dúvidas, a pessoa que mais lhe dava atenção. Se não fosse por ele, seria provável que estivesse um um buraco ainda maior que aquele no qual se encontrava. Chegava a ser insuportável a forma como o garoto sempre conseguia fazê-la abrir um sorriso, mesmo que não fosse sua intenção.

Já passava de uma da manhã quando a menina deixou a Murder House — mesmo que o Langdon tivesse insistido para que passasse a noite, ela não poderia arriscar chegar em casa na manhã seguinte e seu pai já estar lá. Então, pesarosamente pediu por um uber e foi embora para a sua casa sem graça e solitária.

Quando o motorista parou em frente à sua residência, no entanto, ela notou que havia uma presença sentada nos degraus da varanda. Apesar do escuro, Pandora foi capaz de reconhecê-la: Mackenzie, uma das pessoas para quem mentira dizendo que estaria em casa com seu pai durante o baile.

Droga, pensou, assim que a Price pareceu vê-la através da janela do carro. Não adiantaria pedir para que o motorista desse a volta.

— Boa noite — ela disse, engolindo em seco e saindo do carro.

Se o homem respondeu algo, ela estava nervosa demais para ouvir. Mackenzie fora uma péssima amiga, isso era fato, todavia a Williams não era exemplo algum de amizade — afinal, estivera há quase um mês mentindo na cara dura.

— "Noite em família?" — a morena debochou, levantando-se. — Por que seu pai estava no hospital essa noite? Te deu bolo?

Pandora trincou o maxilar.

— O que você estava fazendo no hospital?

— Esther que foi — a menina contou. — Richard torceu o pé e ela teve que leva-lo para o pronto atendimento. Você já deve imaginar o choque dela quando viu o seu pai trabalhando lá.

— Ela não disse nada sobre mim, disse? — A ruiva exasperou-se.

— Disse, mas ele admitiu que você não queria ir ao baile para ficar em casa vendo filmes. Por isso, quando Esther me contou, passei aqui para perguntar o porquê de ter mentido para nós e, olha só, parece que não foi a única mentira que contou hoje, foi?

Ela comprimiu os lábios, não tinha o que inventar para acobertar isso.

— Eu menti, grande coisa — disse, passando pela colega e alcançando a porta da casa, destrancando-a. — Se vai querer começar uma discussão, te aconselho a entrar.

A Price hesitou por um momento, analisando-a com curiosidade. Seguidamente, deu um passo para dentro da casa.

— Se não queria ir ao baile, era só ter falado que não queria — Mackenzie começou, exatamente da forma que Pandora esperava.

— Você sabe bem que, nem você, nem sua prima me deixariam em paz — replicou, trancando a porta atrás de si. — E eu simplesmente não estava com saco para isso.

— Se não estava aqui, aonde foi, então?

— Não é da sua conta — respondeu, seca.

— Vai começar com segredinhos, agora?

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonOnde histórias criam vida. Descubra agora