— michael!
A reunião com os arcanjos aliados estendera-se até muito depois do cair da noite. Após esclarecidos com o plano de Lilith, o grupo fora adicionando passos e precauções à medida que cada participante apontava falhas, ideias para maior efetividade e possibilidades em que tudo pudesse dar errado.
Quando os anjos foram embora, eles já haviam elaborado uma estratégia que cobria cada movimento deles.
Três dias repletos de medo e angústia se passaram. Três dias nos quais nem Michael nem Pandora, tiveram uma noite decente de sono. Três noites seguidas tendo de correr ao auxílio dela, e sendo curado depois que seu sangue já servira o propósito destinado. Sabiam que se separariam, cada um exposto a uma forma diferente de perigo, e isso os fazia dar passos para trás no avanço feito nos últimos meses.
Pelo menos, ela conseguia ficar perto dele durante o dia, suportar sua presença por mais tempo do que semanas antes. A tensão frente ao cada vez mais iminente confronto pairava entre eles como uma tempestade se formando, mas a dupla se esforçava para ignorá-la.
Eles haviam voltado para a casa de Pandora, deixados com uma espécie de "lição de casa" de Lilith: Michael devia ajudar Pandora a estocar magia das trevas, de maneira que não fosse completamente privada de suas habilidades demoníacas assim que pisasse no Paraíso. Além disso, ela os aconselhara a conjurar pelo menos cinco armas por dia para que não perdessem o costume.
Na manhã do dia em que roubariam a Adaga Prateada, Lilith os chamara de volta ao apartamento. Nenhum dos dois gostava de estar na companhia do demônio, mas sabiam que ela não os convidaria em vão, especialmente não tão perto assim do confronto.
Chegaram na cobertura às nove da manhã, encontrando o demônio parado entre dois objetos com quase sua altura, cobertos por panos brancos. Michael não tinha noção do que esperar, podia apenas cruzar os dedos e torcer para que não fosse nenhuma notícia ruim.
— Fizeram o que pedi? — demandou o demônio, os olhos pulando de Michael a Pandora. — Você acha que tem poder suficiente guardado para ir ao Paraíso?
A Angemonium aquiesceu, apertando os dedos nervosamente. Michael lembrou-se dos momentos em que se juntaram na sala de estar e a jovem, seguindo suas instruções, não apenas reunira muitas trevas por conta própria, como absorvera um pouco dele. Aquele poder não fazia falta alguma ao Anticristo, uma vez que sua magia se renovava constantemente sem ajuda.
— Por que nos chamou aqui tão cedo? — O Langdon não estava para perder tempo naquele dia. — Há algo a mais para ser discutido?
— Discutido, não — disse Lilith, alisando a calça preta apertada. — Algumas semanas atrás, eu tomei a liberdade de encomendar algo que imagino ser do interesse dos dois.
Automaticamente, Michael e Pandora se entreolharam. Sempre fora do feitio de Lilith tomar atitudes sem se preocupar em informá-lo.
Antes que o Anticristo pudesse lembrá-la do acordo de sem mais surpresas, a híbrida deu um passo adiante.
— Mostre-nos.
Com um meneio de cabeça, Lilith puxou os panos que cobriam dois manequins dourados. O primeiro manequim, que claramente representava o corpo esguio de Michael, vestia uma camiseta de gola alta de spandex, revestida com uma proteção feita de couro no peito e nas costas; as pernas estavam cobertas com uma calça de couro bastante maleável e flexível. Por cima de tudo, estava jogada uma jaqueta de mesmo material com ombreiras resistentes.
Ao lado, estava o manequim que certamente deveria representar Pandora, pois possuía sua exata altura e curvas nos mesmos lugares onde ela as tinha. Ela também vestia uma gola alta de spandex, mas os braços eram protegidos por couro estofado decorado em losangos, que se unia ao revestimento de couro duro, subindo até formar um colarinho ereto. Em seu peitoral, uma placa resistente e justa de proteção se conectava na proteção braçal através de ganchos e argolas. Na parte de baixo, trajava uma calça de couro com bolsos e arreios e joelhos com dobras para evitar rasgos.
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ME AND THE DEVIL ➸ michael langdon
FanfictionPandora Williams sempre odiou sua vida. Abandonada pela mãe com o pai misterioso que nunca fala sobre seu passado, ela jamais entendeu o que significa pertencer; se encaixar. Jamais teve um propósito. Em um dia que deveria ser tão normal quanto todo...