18. explosive hormones

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— pandora!

Deixar a escola foi, muito provavelmente, a melhor escolha que Pandora já tinha feito na vida. Ela nunca esteve mais feliz.

Longe daquele ambiente tóxico, onde precisava esconder a pessoa que era e cercada por centenas de adolescentes que não a compreendiam, estava sendo muito mais fácil controlar sua raiva e, consequentemente, seus poderes.

Ela e Michael estavam se ajudando mutuamente, já que ambos eram criaturas poderosas sem a menor perspectiva do que fazer com suas vidas. Tendo o garoto para auxiliá-la, estava sendo mais fácil para que pudesse compreender e manipular aquelas habilidades caóticas em si.

Quando não estavam "treinando", assistiam aos filmes da Marvel que restavam, ouviam música e conversavam muito — Ben muitas vezes participava do assunto, parecendo genuinamente contente com a evolução da relação da dupla, que passou de "você é chata, sai daqui" para "fica mais tempo hoje".

Até os fantasmas pareceram dar uma folga, diminuindo a frequência com a qual tentavam assustar a Williams — talvez, assim como Michael, haviam entendido que nada que fizessem faria com que a menina deixasse de visitar a casa. Ela não sabia se eles continuavam a atormentar o Langdon, pois ele nunca mais comentou sobre o assunto, então apenas cruzava os dedos e esperava que o garoto ficasse bem depois que ela ia embora.

— O que achou? — Pandora indagou, fechando a tela do notebook e encarando o loiro com os olhos arregalados.

Os dois tinham acabado de assistir ao filme Vingadores: Era de Ultron e estavam cada vez mais perto do final — faltando apenas Guardiões da Galáxia e Homem-Formiga para que terminassem todos os filmes que tinham sido lançados até aquele ano.

— Tirando o fato de a Natasha ter aquele caso com o Hulk, gostei — respondeu, inclinando a cabeça. — Para falar a verdade, eu até entendo o Ultron.

— Você entende o robô louco que queria deixar um meteoro cair na Terra e matar todo mundo? — Ela ergueu a sobrancelha.

— Sim.

— Por que isso não me surpreende? — Revirou os olhos.

— Ah, mas ele está certo — Michael insistiu, se virando para encara-la. — A única maneira de haver paz é se todos os humanos morrerem.

— Isso é preocupante, você deveria buscar ajuda.

— Caso não se lembre, a minha ajuda é você.

— Então você está oficialmente ferrado, anjinho. — Ela deu dois tapinhas no seu joelho, rindo.

— Estou ciente disso. — O garoto desviou o olhar para baixo, deixando que um sorriso bobo passasse pelo seu rosto.

A Williams queria ser capaz de fazer com que seu coração parasse de pular toda vez que o loiro fazia qualquer coisa. Bastava ele estar perto dela para que seu psicológico ficasse completamente ferrado, criando várias possibilidades em que a menina tirava aquele sorrisinho da sua cara de uma forma nada convencional.

No entanto, Pandora era uma menina controlada que não cederia aos seus hormônios explosivos; não ainda.

— Está com fome? — questionou, planejava usar isso como desculpa para pegar um lanche para si também.

— Você está tentando me engordar, por acaso? — Michael cruzou os braços.

— Não conseguiria te engordar nem se quisesse, tripa-seca. — Ela cutucou o abdômen magro do garoto, que se contraiu e, em um impulso, agarrou seu pulso.

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonOnde histórias criam vida. Descubra agora