— pandora!
Quase duas semanas semanas haviam passado desde o dia que Pandora conhecera Michael. Embora a relação dos dois não fosse ideal, a menina podia sentir que, desde o dia que trocaram confidências durante o jogo de blackjack, a hostilidade que havia entre eles começava a ser diluída. O garoto demonstrou aceitar o fato de que ela não iria parar de aparecer na Murder House, não importava o quanto tentasse afastá-la, então diminuiu a frequência de suas reclamações. Ele até parecia ter aprendido a tirar proveito das visitas da Williams, que começou a baixar filmes em seu notebook para que eles passassem a tarde vendo.
É claro, ainda era incômoda a sensação de não terem uma resposta sequer para suas dúvidas em relação às premonições, ao fim do mundo ou ao que Ben andava escondendo. Aquele era seu objetivo e tudo apontava que demoraria muito até que o atingisse.
Ela esperava que aquele dia se seguisse como os anteriores: acordar cedo com muita dificuldade, já que seu sono não era o suficiente para cobrir a energia que perdia para a Murder House; ir à escola e passar todas as oito horas letivas desejando que o último sinal tocasse logo para que pudesse sair e, enfim, ver o Langdon depois de dois dias sem poder visitá-lo — visto que o pai passara o fim de semana em casa e ela queria aproveitar a quantidade ínfima de atenção que ele teria a lhe dar.
Sim, a mansão era o pior lugar que já tinha pisado. Sim, os espíritos, ora ou outra, sacaneavam com ela, dando-lhe sustos ao derrubar coisas, a empurrando ou até mesmo dando risadinhas em seus ouvidos. Sim, o ideal seria nunca mais voltar para lá.
Porém, entretanto, todavia, Pandora não só prometeu que não abandonaria Michael, como tomou gosto pela sua companhia. Mesmo que não o conhecesse há tanto tempo, irritá-lo havia se tornado um hobby o qual ela não conseguia se imaginar sem.
Aquela aula de literatura parecia se extender cada vez mais, quase como se o tempo desacelerasse ao passo que a hora da saída se aproximava. Ela havia baixado um de seus filmes favoritos — Meninas Malvadas — e mal conseguia esperar para chegar na Murder House, fazer Michael assistir ao filme e poder chama-lo de Regina George durante a tarde toda.
Entretanto, a Williams pouco sabia que o que lhe aguardava depois daquela aula conseguiria ser ainda mais entediante.
Não muito depois do sino soar, ela já tinha todos os seus materiais guardados em seu armário. Sobre seus ombros, carregava uma mochila que continha apenas o seu computador e uma blusa de frio.
Estava pronta para pedir um motorista pelo seu celular, quando seu braço foi puxado por alguém. Se já não estivesse acostumada com esse hábito inoportuno de Mackenzie, poderia tê-la socado.
— Aonde pensa que vai? — a Price questionou, pregando os olhos no celular da ruiva.
— Para casa? — A Williams franziu a sobrancelha, confusa.
— Eu não consigo acreditar que você iria dar bolo na gente. — Esther apareceu do seu outro lado, de braços cruzados e fingindo decepção. — De novo.
Pandora não fazia a menor ideia do que as duas estavam falando.
— Ótimo, ela esqueceu — Mackenzie comentou.
— Esqueci o que?
— Toda segunda vamos ao shopping — Esther contou, revoltada com a falta de memória da amiga. — Fazemos isso desde o dia que Mack tirou a carteira de motorista.
A ruiva arregalou os olhos, não se antentara ao dia da semana. Se o tivesse feito, já teria criado uma desculpa esfarrapada para fugir do compromisso como fez na semana anterior.
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ME AND THE DEVIL ➸ michael langdon
FanficPandora Williams sempre odiou sua vida. Abandonada pela mãe com o pai misterioso que nunca fala sobre seu passado, ela jamais entendeu o que significa pertencer; se encaixar. Jamais teve um propósito. Em um dia que deveria ser tão normal quanto todo...