— pandora!
— Você consegue — Michael a incentivou. — Isso é fácil.
— Para você é fácil — Pandora reclamou, de olhos fechados. — Tem os seus poderes desde que nasceu.
Os dois estavam sentados no chão, um de frente para o outro. Vários livros antigos estavam dispostos em volta deles, formando um círculo. Se adicionassem algumas velas e fechassem as cortinas, pareceria uma cena legítima de The Craft — um filme sobre bruxas que a Williams simplesmente adorava ver quando era criança.
— E ainda não sei controlá-los — ele replicou. — Estamos juntos nessa.
Juntos, pensou e deixou um suspiro escapar.
— O que é para eu fazer mesmo? — a garota inquiriu, abrindo os olhos.
— Eu vou escolher mentalmente um desses livros e você terá que levitá-lo.
— Eu não sou telepata, lindinho.
— Você pode ser — o Langdon retrucou, fazendo com que ela bufasse e se endireitasse.
— 'Tá bom, 'tá bom — resmungou, tornando a fechar os olhos. — Escolha o livro.
Depois de alguns segundos em silêncio, ele disse:
— Pronto, agora é com você.
Ela inspirou e expirou algumas vezes, quanto mais pensava, mas difícil ficava para achar uma resposta.
— Droga — reclamou. — Não consigo.
— Consegue, você que não está fazendo direito — o garoto explicou.
— E como é que eu devo fazer então, mestre?
O loiro revirou os olhos, impaciente.
— Não pense em nada — instruiu. — A lógica é sua inimiga aqui.
Pandora suspirou, seguindo seus conselhos. Querendo ou não, todas as vezes que aquelas habilidades sobre-humanas se mostraram, ela não estava exatamente pensando e, sim, seguindo seus instintos. Então, seu instinto mandou que levitasse o livro azul de capa dura à sua direita e assim ela o fez.
— Telepata — Michael sussurrou, fazendo com que se desconcentrasse e deixasse que o livro caísse.
A menina abriu os olhos, rindo.
— Eu não ouvi seus pensamentos, eu só soube que aquele era o livro que você tinha escolhido e o levantei.
— É provável que você tenha feito nossas mentes entrarem em sintonia — o rapaz sugeriu. — Eu te mandei um recado mentalmente e você o acatou.
— Simples assim? — questionou.
— Simples assim — ele afirmou. — Vamos tentar de novo, para termos certeza de que não foi um chute.
— Está duvidando do meu potencial, pirralho?
— Não, só da sua credibilidade.
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ME AND THE DEVIL ➸ michael langdon
Hayran KurguPandora Williams sempre odiou sua vida. Abandonada pela mãe com o pai misterioso que nunca fala sobre seu passado, ela jamais entendeu o que significa pertencer; se encaixar. Jamais teve um propósito. Em um dia que deveria ser tão normal quanto todo...