• capitulo 1 •

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Zeca

Rio de Janeiro, Maré. 📌

2 dias antes...

Encarei a parede que tava com o plano.

— Por que na parte da noite? - Belo perguntou soltando a fumaça na minha cara.

Filho da puta.

Enfia essa porra no cú caralho, tá maluco mermão? - Falei negando. - E tu quer mesmo ir na parte da manhã? Tu é maluco de não raciocinar! - Falei pegando o cigarro da mão dele jogando no chão e pisando em cima.

- São só oito que vão? - Belo perguntou e eu assenti.

- O bagulho mesmo é ir uns quatro a mais e ficar na estreita fitando de longe, se der b.o, mete bala. - Índio disse.

Neguei com a cabeça na mesma hora.

- Nada de morte, nem nos vermes, na boa mesmo pô. - Falei.

- Ih qual foi Zeca, tu sabe que eles mete bala sem dó! - Índio disse.

- To ligado parceiro, meter bala em último caso pô. - Falei. - E outro bagulho, eu escolhi vocês por que to dando aquele voto de confiança, quero todo mundo ligadão em tudo, nada de ficar moscando olhando pro nada que eu deixo pra trás e meto o pé! - Falei olhando pra cada um.

- Tá certo irmão. - Índio disse. - Os bagulho já tá tudo no jeito, vou dar a última olhada lá! - Ele disse e eu assenti.

Ele e o resto das molecadas saíram da sala deixando só eu e Belo.

- Tu acha que é boa idéia? Tu sabe que se pegar tu na pista, a cabeça roda! - Belo disse.

Pensa em um cagão.

- E eu vou ficar com essa dívida? Qual foi, desde quando sou homem de ficar com dívida! - Falei negando.

O bagulho era sério. Dívida de vinte anos, não era nem minha, mas acertou justo no meu cu. O antigo dono da Maré fodeu com tudo, ele acabou com a Maré, ele pediu um valor pro irmão lá do Alemão, e até hoje a gente tá pagando do jeito que pode.

Tu acha que só por que eu sou da frente que a minha casa é igual de novela? Ih, qual foi, quem dera rapá.

Esse era o assalto final, o tanto que a gente tinha calculado, era o tanto que ia finalizar.

A gente tava já planejando esse assalto a quase um ano. Bagulho tem que ser bem planejado.

Um parceiro colocou um cara infiltrado lá, ele ia receber um tanto pelo o assalto. O resto a gente ia correr atrás. Índio ia ficar responsável pelo alarme, câmeras e os postes do bairro, o que a gente tava querendo fazer era um blackout no Rio, o Rio todo ia se apagar e a gente teria um tempo pra fazer os bagulhos.

Contados trinta minutos.

Uns meses atrás já tinha rolado um teste. Demorou trinta minutos pros cambé chegar.

Tinhamos planejado tudo, íamos colocar pregos nas ruas.

Qualquer polícia que passasse, iria furar os pneus.

- Qual é o horário certo? - Belo perguntou me tirando dos pensamentos.

- Três da matina! - Falei.

- Demorô negão. Fé! - Belo disse dando um soco no meu peito e saindo da sala.

Eu fui até o espelho que tava perto de mim. Fiquei encarando aquilo e suspirei.

Nossa senhora que nos guarde!

• aperta na estrelinha •

Eu acredito no seu potencial. ❤️

Um amor além da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora