Zeca
Caminhei pra minha goma. Eu me joguei no sofá e comecei a mexer no WhatsApp dela, queria saber de todos os bagulhos.
Eu mal entrei no WhatsApp da mina e aquela tal de Patrícia já veio mandando mensagem.
WhatsApp 📞
Patricia : Caraca Viviane, foi viajar e nem deu sinal. Aleluia que tá on agora. - (20:41)
Eu: Como tá as coisas lá no trampo? Nada decidido sobre a invasão na Maré? - (20:43)
Patricia: Vc sabe que coisa de trabalho a gente não fala por zap. Mas o Gilberto tá esperando vc voltar de férias. - (20:43)
WhatsApp off 📞
Sai do whatsapp da mina e comecei a pensar se eu matava, enterrava viva ou o que...
Meus pensamentos voaram pra longe na hora que eu ouvi baterem na porta. Eu fui levantar e a porta já foi abrindo.
- Noite por que só seria boa se eu tivesse batendo um rango! - Belo disse entrando.
Eu neguei e me sentei de novo no sofá
- Quem tá no barraco? - Perguntei.
- Índio. - Belo disse. - Na boa Zeca? Índio não serve pra ficar no barraco, ele faz mal cara! - Ele disse e eu levantei a sobrancelha.
- Que papo é esse Belo? A Viviane já tá fazendo tua mente? - Falei negando.
- Não, só tenho um pouco de compaixão. A mina fez mal? Fez, mas não é assim os bagulhos Zeca, tu vai querer fazer o que com ela? Matar? - Ele perguntou.
Eu levantei e comecei a andar de um lado para o outro.
- Era o que eu queria... - Falei. - Tu tá tendo muita compaixão Belo, da uma arma pra ela pra tu ver, ela te mata na mesma hora e nem pensa em compaixão! - Falei.
- Não precisa executar, de verdade Zeca, não sei... - Belo disse passando a mão no rosto.
******
Tomei aquele banho frenético e sai caminhando indo até o barraco. Entrei ouvindo alguns barulhos e abri a porta vendo o Índio balançando a mina em cima da cama.
- Fala caralho, tu vai falar a verdade quando porra? Vai esperar eu te encher na porrada? - Índio falava.
Ele nem se ligou que eu tava ali.
Eu fui até ele e puxei, a mina tava com o olho estraladão. Eu fui levando ele pra fora do quarto e joguei ele na parede.
Quando olhei pros olhos dele já neguei.
- Vai te foder Índio, tá cheirando caralho? Tu sabe que a farinha já acabou uma vez contigo! - Falei alto. - Se liga porra, tá maluco de ir pra cima dela, a mina é suja com as correrias dela, mas não vai ora cima desse jeito não, honra essas bolas que tem no meio das tuas pernas! - Falei apontando o dedo pra ele.
Ele esfregou o nariz e foi saindo dali de perto. Eu neguei e voltei pro quarto.
O mano já tido uma overdose e agora tá querendo morrer de vez.
- Eu prefiro o Belo aqui! - Ouvi a voz dela.
Eu olhei e ela olhava pras pernas dela.
- Não vai acontecer mais! - Falei seco acendendo um cigarro ali.
Me encostei na parede e comecei a fumar.
- Talvez a gente entraria pela parte de trás da Maré. - Ela disse e eu olhei pra ela de olho de canto. - Na parte da madrugada, por que sabemos que é a troca de de posto dos moleques da barragem! - Ela disse e eu encarei ela sério.
Eu virei pra ela e soltei a fumaça.
- Tá de caô? - Falei e ela negou.
- Não. Pensa comigo, seria o melhor lugar e o melhor horário. Os meninos da barragem, eles são muito moscas! - Ela disse piscando pra mim.
Eu neguei sentando no sofá e comecei a pensar.
Sendo ou não verdade, eu vou ficar de olho aberto.
- Sabe Cavalcanti, eu vi que tu tem uma mente muito boa, pena que não é melhor que a minha! - Falei e ela assentiu. - Teu erro é ser da polícia, meu maior rival! - Falei jogando a bituca do cigarro no chão e pisando.
- Realmente. - Ela murmurou. - Quem sabe a gente não podesse se ajuntar! - Ela disse e eu comecei a gargalhar.
- Tá me achando com cara de otário é? Confio nem na minha sombra, quem dirá numa policial, tu tá é maluca! - Falei negando.
Ela negou rindo pelo nariz.
- Não é fácil ser policial. Escolhi ser policial só por conta do meu pai... - Ela foi falar e eu cortei ela.
- Na boa, não quero saber da tua história não, pouco me importa! - Falei virando a cara.
- Enfim, ele morreu em um assalto, ele era porteiro sabe? Eu prometi prende todos que roubassem e que fizessem merda! - Ela disse e eu nem tchum.
- Eu acho que eu devia ter me formado de Psicólogo, por é o que tu tá achando que eu sou. - Falei.
- Eu fico sem falar nada. Só falo quando Belo tá ai, e as vezes falo sozinha ainda! - Ela disse.
- Além de precisar de uma psicóloga é esquizofrênica. Tu já pensou em ir um psicólogo não? Eu vou a cada homicídio que cometo, eu precisa desabafar, se eu conto pro Belo, ele chora! - Falei bocejando.
Ela gargalhou alto e eu fechei a cara.
- Foda se, continuo te odiando. - Ela disse e começou a falar sozinha.
Se foder, até amanhã dou um jeito nela!
• aperta na estrelinha •
Um dia após o outro, todo sofrimento um dia tem fim. Não desista e nem desanime, você vai conseguir! ❤️
Vocês preferem capítulos de manhã, tarde ou noite?
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Um amor além da lei
Novela JuvenilDois mundos diferentes, mas entre eles um amor que não se explica. Um amor proibido que de todos escondemos. E só a gente sente. E por este amor sofremos...